
A falta de vagas na rede municipal de educação de Florianópolis acendeu o sinal vermelho, o que fez o município sequer divulgar amplamente o início do período de matrículas nas escolas para novos estudantes. Abertas desde esta segunda-feira (10), o período de inscrições vai até sexta-feira (14) pelo site da prefeitura (clique aqui e acesse). A situação é grave. Todos os dias aumenta o número de moradores na região, mas a infraestrutura não acompanha, nem de perto, essa evolução.
O Conselho Tutelar do Norte da Ilha confirmou que pais já estão procurando a organização, mais uma vez, para reclamar do problema. Ainda não há lista de espera, mas para meados de 2019 o conselho vai dar cinco dias de prazo para a Secretaria Municipal de Educação responder. Se isso não acontecer, o caso individual vai direto para as mãos do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Grazi Nardi é mãe e procurou o sistema de matrículas online e se deparou com um aviso sobre a falta de vagas na região. “Ao fazer o cadastro, nenhuma escola do Norte da Ilha têm vagas pro segundo ano do ensino fundamental. Liguei na secretaria e a atendente nos relatou que realmente para o Norte da Ilha não tem. E as crianças como ficam? É um imenso descaso com a educação”, contou a mãe.
Simone Furtado também procurou por vagas. Ela busca espaço para dois filhos, um no primeiro ano e outro no quinto ano do fundamental. Ela comentou que avançou nas páginas de preenchimento no site da prefeitura, porém aparece a mensagem que “todas as vagas foram ocupadas”. No dia 6 de novembro, ela se comunicou com a Escola Herondina em Ingleses, a maior da rede municipal, e afirmaram que as vagas para os anos pretendidos pela mãe estavam concorridas.
A situação de Camila Novaes Pereira é diferente. Com o filho atualmente na Creche Ingleses, ele deveria ir para o primeiro ano em 2019. O prazo para fazer a matrícula venceu ainda em novembro para alunos da rede, só que ela encontrou falhas no sistema no último dia e não conseguiu concluir a inscrição. Diante disso, ela entrou no circuito das novas vagas e não encontrou espaço. A situação é considerada grave por ela que promete recorrer ao Ministério Público.
A escola Herondina já está com alunos a mais em várias turmas. A portaria municipal prevê, no máximo, 25 alunos no primeiro ano e a escola possui turmas com 30. No sexto ano do fundamental, salas lotadas com 40 alunos, sendo que deveriam ter 35, dificultam processos de aprendizagem.
Salas de aulas devem ser alugadas nos Ingleses, junto a Uniasselvi, para o atendimento dos alunos. Porém, a infraestrutura ainda está sendo debatida. É necessário um espaço para refeitório e espaço físico para que as crianças brinquem.
Sobre a falta de ampla divulgação do processo de matrículas, a Secretaria de Educação disse que foi colocado material nas escolas e que também houve distribuição de material para a imprensa.