
Basta a temperatura cair um pouquinho, para ouvirmos alguém reclamar de dores nos joelhos e nas costas. O que poucos imaginam é que, apesar da proteção dos pêlos, muitos animais também sofrem com estes sintomas no inverno. E que eles também reclamam – basta saber escutar. Especialmente os Pets mais idosos ou com doenças ortopédicas.
“O frio, por si só, não provoca problemas nos músculos, ossos e articulações dos pets, mas é capaz de fazer com que os sintomas já existentes em animais idosos e com doenças ortopédicas piorem”, diz Éder França da Costa, médico veterinário.
Grande parte das doenças ortopédicas em Pets são adquiridas por traumas, como quedas, deslizes e atropelamentos. Alguns problemas porém, têm origem genética e só se resolvem com tratamento ortopédico. A ortopedia veterinária é a especialidade que trata as complicações que envolvem fraturas e degenerações nos ossos, músculos, ligamentos e articulações.
- Displasia coxofemoral: Trata-se de uma má-formação na articulação coxofemoral, que liga o fêmur à cintura pélvica do pet. Tende a afetar animais de médio a grande porte (especialmente aqueles com crescimento muito rápido), e tem caráter hereditário – mas também pode ser adquirida por traumas. A displasia causa bastante dor e dificuldade de locomoção. O pet que sofre com este problema pode mancar, deixar de mover os membros posteriores e ter os músculos atrofiados. Na maior parte dos casos, o tratamento é cirúrgico. No entanto há várias terapias de suporte ao animal acometido pela doença, como é o caso do Shock Wave, fisioterapia, acupuntura e outras técnicas de tratamento para recuperação cirúrgica ou não.
- Artrose: As cartilagens são tecidos resistentes e flexíveis que protegem os ossos e articulações. A artrose é justamente a degeneração das cartilagens, provocando grande limitação dos movimentos e muitas dores. Geralmente, as artroses acompanham as doenças de quadril (como a displasia coxofemoral), de joelho (como a ruptura do ligamento cruzado cranial) e cotovelo (como a displasia de cotovelo). Em geral, a artrose é adquirida junto com o processo de envelhecimento do animal. Cães obesos (mesmo os jovens) também tendem a apresentar este problema, por conta da sobrecarga de peso sobre as estruturas. Apesar da resistência e flexibilidade, as cartilagens são tecidos pouco vascularizados, com pouca capacidade de cicatrização. Lentidão ao caminhar, dificuldades para sentar e levantar, falta de vontade para passear e mau-humor (apatia) são alguns dos sinais que podem ser observados.
- Hérnia de disco: As hérnias de disco em animais podem estar associadas ao desgaste natural das estruturas vertebrais ou a traumas. Estas degenerações podem provocar mudanças no equilíbrio de forças da coluna, provocando excesso de pressão entre as vértebras, rupturas dos discos intervertebrais e dores na região da coluna vertebral. Dificuldades para caminhar ou simplesmente se mover podem ser observadas nessas situações. Em alguns casos, as rupturas dos discos podem ir contra a medula espinhal e paralisar o Pet instantaneamente. Trata-se de uma patologia séria e grave. No entanto, há tratamento. O reconhecimento precoce da hérnia de disco, assistência imediata com especialista e correto diagnóstico são fundamentais para a qualidade de vida do pet.
No caso de doenças ortopédicas, e de acordo com orientação do veterinário, pode ser interessante evitar que o pet suba e desça escadas, camas e sofás. Impedir que o pet pule e fique sobre as duas pernas também – especialmente em superfícies lisas. O animal também precisa permanecer em local quente, seco e limpo.
Um cuidado bastante importante, e geralmente negligenciado pelos tutores, é o controle do peso do animal. Além de todos os riscos associados às doenças cardiovasculares, o peso extra agrava os sintomas das doenças ortopédicas. Por isso, fique de olho na alimentação adequada do seu pet.
Ainda sobre alimentação, se o seu cão apresentar idade avançada ou algum problema ortopédico, posicione o comedouro e o bebedouro em altura adequada, para que ele não precise se curvar muito.