
O Tribunal do Júri de Florianópolis condenou a 53 anos, seis meses e 11 dias de reclusão, em regime fechado, o homem apontado como responsável pela chacina ocorrida em 18 de abril de 2017 (foto acima) na Vila União, no Norte da Ilha. O réu foi considerado culpado pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa. Inclusive, ele foi apontado como integrante de um grupo de extermínio que matou quatro pessoas e deixou uma quinta ferida. O objetivo era controlar o tráfico de drogas que pertencia a uma facção criminosa rival.
Além do réu, outros dois homens que teriam participado da ação ainda aguardam julgamento. Eles todos, segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) formavam um grupo de extermínio com o objetivo de tomar pontos de tráfico de drogas dentro da comunidade. Segundo o Tribunal de Justiça (TJ), com coletes balísticos e armamento pesado, eles invadiram a Vila União durante a madrugada e começaram a matar todos os integrantes de uma facção rival. Apenas um deles sobreviveu.
O Conselho de Sentença, integrado por sete jurados, confirmou a denúncia para condenar o homem pelos quatro homicídios triplamente qualificados, uma tentativa de homicídio qualificada e também por integrar organização criminosa. Além disso, o réu já possuía uma condenação pelo crime de receptação em 2018. Os outros dois comparsas recorreram ao TJSC e aguardam julgamento.
“A prisão preventiva do acusado deve ser mantida, porquanto permanecem inalterados os fundamentos ensejadores da segregação, reprisados quando da pronúncia, destacando neste contexto a garantia da ordem pública e a gravidade da conduta cometida. Nego, portanto, o direito ao recurso em liberdade”, destacou a magistrada na sentença.
Madrugada violenta em 18 de abril
Todos os corpos foram encontrados pela polícia na rua, em uma área da Vila União. Na época, a secretaria de Segurança havia dito que eram cinco mortes, porém a sentença confirmou quatro sendo um quinto sobrevivente. Os crimes ocorreram na Servidão José Rodrigues da Silva e Estrada Anarolina Silveira Santos, bairro Vargem do Bom Jesus. Na época, o então governador Raimundo Colombo (PSD) prometeu agir com as forças de segurança, além de reforçar o efetivo da Delegacia de Homicídios para resolução dos crimes. O secretário de Segurança Pública da época, César Grubba, disse que a preocupação do Estado era somente com o cidadão de bem.
Ouça o som dos tiros
Ao todo, a perícia do crime apontou que foram disparados 31 tiros dentro da comunidade. Ao fundo, é possível ouvir gritos das vítimas sendo alvejadas. Na época, a polícia não comentou quais os tipos de armas usadas no confronto entre as organizações criminosas.