
A condição de procura desenfreada por supermercados, durante a semana passada, está alterando o preço de produtos básicos. Um dos supermercados da região Norte da Ilha, em Florianópolis, diz que vai boicotar fornecedores e não vai comprar produtos com preços absurdos. Um dos casos enfrentados pelo Colina da Ilha chegou ao Procon, após denúncias de consumidores. Uma bandeja com 30 ovos estava sendo comercializada por R$ 19,90. O empresário, proprietário da rede, precisou mostrar as notas comparando o aumento do produto. O fornecedor teria dito que a demanda está maior que a produção. O mercado disse que vai boicotar os aumentos nos fornecedores.
O empresário Fernando Gonçalves, proprietário da rede que tem lojas em Ingleses e Rio Vermelho, diz que o leite vai faltar. Ele relatou ao Conexão que durante a semana passada, na corrida das pessoas por estoque de produtos, ele comprou leite. Na quarta-feira (18), ele consultou o preço pela manhã e a tarde o preço estava outro.
“Eu consultei de manhã e tava R$ 2,49. Esse é o preço de custo, junto o fornecedor. De tarde, quando eu fui fechar a compra, eles tinham aumentado para R$ 2,89. Eu tenho pouco produto e não vou comprar leite. Vai faltar. Hoje, o preço do litro está a R$ 3,29. Eu tenho as notas fiscais dos aumentos e vou deixar nas lojas para os clientes olharem”, comentou.
Segundo Fernando, os fornecedores estão tirando proveito da situação e aumentando os preços. Com os aumentos, ele alega que os três supermercados da rede, vão ficar sem alguns produtos. Ele diz que não vai comprar a esses preços que classificou como ‘exorbitantes’.
“To preferindo ficar sem produto. Tenho dois palets de leite. E vai faltar. Não vou pagar R$ 3,29 no litro. Estão se aproveitando dessa situação”, comentou.
Daniel Cabral, administrador do Sacolão e Mercado da Economia, disse que está mapeando os produtos que tiveram aumento de valor. Nesse período de crise está diminuindo margens de lucro e promete boicotar fornecedores após a crise motivada pelo coronavírus.
“A gente vai mapear. Vou fazer um boicote após a crise. Preciso ter leite pra vender, ovos, álcool. Vou colocar o custo só operacional no leite e esse produtos de primeira necessidade. Estou só colocando o preço operacional, diminuindo minha margem. Estamos fechando às 20h, sendo 15 clientes por vez dentro das lojas. Estamos comum funcionário distribuindo álcool gel para o cliente”, diz.
Mercados abertos
Os supermercados estão abertos normalmente, durante a pandemia de coronavírus (covid-19). O decreto escrito pelo Governo do Estado determina que os estabelecimentos funcionem para garantir o abastecimento de alimentos no período.