
A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta terça-feira (4) a Operação Postal Off II, segunda fase de operação desencadeada em setembro do ano passado, também em SC, com a finalidade de desarticular organização criminosa que subfaturava valores devidos aos Correios. Em um endereço no Rio de Janeiro, os policiais apreenderam R$ 3,5 milhões. A organização criminosa também desviava para si, grandes clientes no seguimento de postagem de cartas comerciais.
A investigação, iniciada em novembro de 2018 em Santa Catarina, em razão do primeiro indício de crime encontrado, evidenciou forte atuação do grupo nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o qual contava com a participação ativa de funcionários dos Correios, fazendo com que grandes cargas de seus clientes fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.
Na presente fase da operação, foram identificados indícios de participação de um empresário titular de agências franqueadas dos Correios e de sete funcionários da referida empresa pública, que atuavam auxiliando nas postagens ilegais e subsidiando interesses empresariais do grupo criminoso.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Estado de São Paulo nas cidades de São Paulo, Praia Grande, São Vicente e no Rio de Janeiro, em residências de investigados e sedes dos Correios.
Também foram expedidos mandados de afastamento de funcionários dos Correios de funções e deferidas medidas cautelares diversas da prisão, que determinam aos investigados restrições ao direito de ir e vir, bem como o compromisso de comparecimento a todos os atos do inquérito policial e de eventual processo criminal, sob pena de decretação de prisão.
Dados obtidos durante a investigação indicam que a organização criminosa causou um prejuízo ao patrimônio público estimado em R$ 94 milhões, sendo que a recuperação destes valores se encontra parcialmente garantida pelas medidas cautelares deferidas judicialmente na primeira fase da operação, que levaram ao bloqueio de bens dos investigados em valor aproximado de R$ 55 milhões, entre os quais carros de luxo, um iate, um avião, imóveis de alto padrão e contas bancárias com altos valores em depósito.
Em ambas as fases a investigação contou com a colaboração da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.