
Um estudo realizado pela Santur (Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina) levantou um conjunto de dados e informações sobre o comportamento dos turistas no contexto da pandemia de coronavírus (covid-19). A Pesquisa de Intenções de Viagens, publicada nesta terça-feira (27), apontou Santa Catarina como destino seguro, reforçou a tendência do turismo regional e a necessidade de cuidados contra a covid-19.
Clique aqui e receba as notícias do Conexão através do seu telefone
As informações obtidas também permitiram traçar um perfil desse turista, que tem entre 30 a 39 anos, prefere viajar de carro, para deslocamentos num raio de até 300 km e acompanhado da família. Utiliza buscadores online e redes sociais no planejamento, tem especial interesse em sol e praia e preferência por hotéis ou pousadas para dois a três dias de permanência. Apesar de ver Santa Catarina como um destino seguro, na preparação da viagem leva em consideração ameaças como o risco de contaminação pela Covid-19 e a possibilidade de adiamentos em decorrência da pandemia.
A coleta de dados, entre os dias 24 de agosto e 7 de setembro de 2020, envolveu 1460 pessoas de 20 estados e o Distrito Federal, além de nove países. Do total, 95% são brasileiros, sendo que 78% residem em Santa Catarina. A participação de outros estados foi de 17%, principalmente Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Outros 5% dos pesquisados são estrangeiros, majoritariamente da América do Sul, com destaque para argentinos, uruguaios e peruanos.
“Essas informações demonstram a potencialidade do turismo interno e de abrangência regional para o público catarinense, assim como para visitantes de estados e países vizinhos”, avalia a coordenadora da pesquisa Luana Emmendoerfer, diretora de Estudos e Inovação da Santur.
Luana acrescenta que os resultados obtidos foram estruturados entre os que têm Santa Catarina como opção de viagem; os que pretendem visitar outros destinos (estado ou país); e aqueles que no momento não têm intenção de viajar. Para cada um desses panoramas foram apresentados dados complementares sobre o perfil dos respondentes, possibilitando uma leitura mais abrangente.
Viagens e pandemia

A pesquisa também buscou conhecer a percepção de segurança sanitária dos turistas em relação a Santa Catarina. O resultado aponta uma leitura positiva para o setor: numa escala de 0 a 5, onde 5 corresponde a totalmente seguro, as notas mais citadas foram 4 (29%), 3 (28%) e 5 (23%).
Entre os que avaliaram como totalmente seguro, 41% pretendem viajar ainda no segundo semestre de 2020, 18% no final do ano e 14% apenas quando houver uma vacina contra a Covid-19. O grau de segurança sanitária do estado também se revela na informação de que 48,6% dos entrevistados não mudariam a escolha do destino em Santa Catarina mesmo no contexto da pandemia.
Entre aqueles que avaliaram bem a segurança sanitária praticada no estado, a estrutura turística é a principal premissa levada em consideração ao definir uma viagem por Santa Catarina. Este item foi escolhido por 31% dos entrevistados.
No outro extremo, apenas 4% avaliaram o estado como totalmente inseguro para viajar. Desse grupo, apenas 2% pretendem realizar viagens por Santa Catarina ainda neste ano, enquanto 71% declararam que somente viajarão quando houver disponibilidade de vacina contra a Covid-19.
Ainda sobre as premissas para escolher Santa Catarina como destino, para 20% dos pesquisados pesa na decisão o preço/promoções e as condições de pagamento. As medidas de segurança sanitária/selo de boas práticas adotadas ficaram na terceira posição, com 19%, seguida do menor fluxo de turistas, com 13% das respostas.
Para os que se sentem menos seguros em relação à pandemia, as medidas sanitárias/selos de boas práticas são a principal premissa considerada na escolha de um destino, enquanto a estrutura turística vem em segundo lugar, seguida por um menor fluxo de turistas e o número de casos de Covid-19.
Entre os motivos de insegurança para viajar, na visão dos entrevistados, o risco de contágio é o maior deles, com 41,5%, fator que também afeta o planejamento de viagem. A possibilidade de adiamento por conta do aumento de casos da Covid-19 foi o segundo motivo mais citado, com 25,8%. Um terceiro motivo apontado foi a instabilidade financeira devido à pandemia, na opinião de 14,6% dos participantes. Por outro lado, 10,1% declarou não se sentir inseguro em relação à pandemia.