
Os candidatos Angela Amin (PP) e Gean Loureiro (DEM) tem caminhos cruzados há quase 10 anos. Na primeira eleição onde Gean perdeu para o ex-prefeito César Souza Júnior (PSD), o atual prefeito tinha como vice Rodolpho Pinto da Luz que quatro anos depois seria vice de Angela. Foi uma campanha difícil para o prefeito. Abandonado no meio do caminho por um marqueteiro, nem os programas políticos de Gean foram ao ar. Depois, Bernardo Lopes e Roger Bittencourt (falecido em um acidente na SC-401) conseguiram levantar a campanha e Gean perdeu por uma margem pequena, ficando cinco pontos percentuais abaixo do vencedor.
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Depois disso, Angela apareceu em 2016. Fortalecida pelo sobrenome, Angela foi pra batalha com o vice que tinha sido de Gean há quatro anos. Não foi uma campanha fácil. O segundo turno foi muito apertado. Angela permaneceu na frente durante quase toda a apuração. Por fim, a abertura de urnas de Ingleses e da Tapera deram a vitória a Gean com 1153 votos de diferença. O cenário parecia inacreditável. A família Amin já estava em festa, quando foram surpreendidos pela virada do então emedebista, eternos rivais dos progressistas.
Em 2020, Angela Amin buscou novamente o vice de Gean. Mesmo depois de ser arrasado há quatro anos por spots desrespeitosos, João Batista Nunes (PSDB) esqueceu a mágoa e decidiu apoiar Angela, pois o partido perdeu espaço dentro do governo. O mais surpreendente é que a diferença entre os dois não é mais de 1153 votos. São 49 pontos percentuais.
Nem os rivais se juntando (PP e MDB) fizeram Angela aumentar na pesquisa. Gean conseguiu reverter ao próprio favor uma prisão pela PF que ele diz ser indevida, sendo liberado de parte da denúncia, e uma denúncia de estupro. O segredo de Gean não é a propaganda, apesar da nova linguagem e da estratégia de uso com palavras no aumentativo e outras como “prefeitar”. A transparência que ele teve, em todos os episódios, pode indicar a avaliação positiva que hoje possui.
A política está mudando. Pode ser que nada disso explique a diferença entre os eternos rivais Gean e Angela. Mas, com certeza, será um primeiro turno muito interessante e histórico em Florianópolis.
E em 2024?
Se Gean não criar um “sucessor” com o DNA da política que pratica, assim como Lula fez com Dilma, o cenário ainda é incerto. Sabemos que Pedrão é um dos cotados a assumir a prefeitura.