
Para fechar o ano, mais uma trapalhada megalomaníaca da Câmara Municipal de Vereadores nesta terça-feira (1°). Sem qualquer fundamento, o parlamento municipal concedeu o título de cidadão honorário ao cantor e compositor Gilberto Gil. A proposição é dos vereadores Afrânio Boppé (PSOL) e Roberto Katumi (PSD). É uma homenagem sem qualquer fundamento. Para ganhar esse título, a pessoa precisa ter relação com a cidade e, acima de tudo, serviços “relevantes” prestados ao município. Não é o caso.
Gil, sem dúvidas, é um artista completo. Mas não se enquadra na homenagem. O que levou Afrânio, esquerdista de carteirinha, a prestar a homenagem é óbvio. Gil também é esquerda e foi ministro do ex-presidente Lula. Mesmo lendo a justificativa do projeto, a intenção do vereador Roberto Katumi não é clara. Me parece mais uma patacoada, sem sentido.
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Gil não tem relação de serviços relevantes prestados a sociedade florianopolitana. Não questiono o “artista” e a contribuição cultural de Gilberto Gil. Questiono o fundamento da homenagem. Não há. O próprio projeto não explica. E admiro como os dois vereadores conseguiram aprovar essa barbaridade no legislativo usando o dinheiro público.
Gilberto Gil não possui relação de serviços prestados a Florianópolis. Se não fosse esse o fundamento, a câmara poderia homenagear outros artistas da MPB. Aliás, existem muitos artistas locais, ou seja, de Florianópolis que merecem homenagens importantes. Eles possuem relevância cultural na cidade e foram esquecidos pelos dois vereadores.
Mas o que Afrânio e Katumi querem é estragar a imagem do legislativo, a beira do término do ano ou gerar impressões na imprensa regional. Mas merecem, sim, um projeto de repúdio da câmara, por usar dinheiro público para aprovar uma homenagem a uma pessoa que não se enquadra nos fundamentos da homenagem.
Prisão em 76
O músico já esteve em Florianópolis e protagonizou um episódio lamentável. Um delegado, na época, que tentava dar uma de comandante da cidade, prendeu Gilberto Gil, em 1976, em posse de um cigarro de maconha. O caso aconteceu em um hotel na Avenida Hercílio Luz. O país vivia a ditadura militar e a repressão era muito forte a qualquer tipo de ideia ou ideologia. Dias depois, Gil foi solto.
Quem votou a favor
- Afrânio (PSOL)
- Dalmo (DEM)
- Dinho (DEM)
- Erádio (POD)
- Fábio Braga (PSD)
- Gabrielzinho (POD)
- Gui Pereira (PSC)
- Marquito (PSOL)
- Miltinho (DEM)
- Pedrão (PL)
- Lino (PT)
- Renato da Farmácia (PSDB)
- Lela (PDT)