
O motorista que atropelou uma família na calçada em Ingleses, no dia 1º de janeiro de 2021, foi denunciado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). A denúncia consiste em lesão corporal culposa (quando não há intenção) seguido de embriaguez ao volante. Porém, é aumentada por quatro vezes, já que familiares da jovem Rebeca Minori, de 15 anos, também foram atingidos. O promotor Fabiano Henrique Garcia ressaltou que o condutor, Diego Sales, de 34 anos, não prestou os primeiros socorros. A defesa de Diego diz que não é possível aceitar que qualquer cidadão seja processado e julgado com base em fatos desconexos da verdade.
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“Logo após o acidente, o denunciado teria esboçado a intenção de se evadir do local do acidente sem prestar socorro, como fizeram os demais ocupantes do veículo, mas, como a sua porta estava travada, precisou sair pela janela e foi logo abordado pelo policial civil L. K. K., que veraneava na localidade”, diz a denúncia. A porta do carro estava trancada pela mesma pedra que estava em cima do corpo de Rebeca Minori.
O MPSC também sustenta que a renda de R$ 1,5 mil, apresentada por ele no processo, não corresponde com o carro que possui, uma Range Rover blindada. Esse veículo é considerado de luxo. Além disso, o promotor pediu que ele não seja liberado da prisão preventiva decretada e solicitou que sejam apurados mais bens que sejam ligados ao motorista.
“Ele possui outro carro de luxo. É um crime bárbaro. A mãe da Rebeca está passando por dificuldades. A filha está sedada e não pode nem ver a filha no hospital. São mais de seis cirurgias e agora essa bactéria no pulmão. (…) Nos leva a crer que a juíza pode reformar a denúncia colocando dolo eventual (com intenção)”, diz Tiago Souza, advogado que representa a família.
A peça da denúncia aponta que o motorista não fez contato com a família para prestar qualquer auxílio. “Além disso, tampouco se tem notícia de qualquer providência para a reparação dos danos às vítimas, ou mesmo auxílio no momento difícil e de sofrimento pelo que estão passando”.
Em nota, os advogados de Diego Sales afirmaram que fatos narrados são especulativos e desconexos com verdade. “Os fatos narrados se demonstram especulativos, totalmente alheios a realidade. Nos unimos à família e todos os demais atingidos por essa fatalidade, mas não é possível aceitar que qualquer cidadão seja processado e julgado com base em fatos desconexos da verdade”.
Como foi o acidente
Rebeca e a família caminhavam pela calçada na Rua das Gaivotas, em Ingleses, quando um veículo desgovernado e em alta velocidade invadiu o passeio, quebrou um muro de vidro do antigo hotel Porto Ingleses e atingiu a família. Rebeca, a mais ferida, ficou embaixo do carro, uma Range Rover blindada e com placas de Brasília. O acidente foi no fim da tarde do dia 1º de janeiro de 2021. O motorista, Diego Sales, de 34 anos, foi preso em flagrante. Na polícia, ele e os advogados contestaram a versão da PM (Polícia Militar) de que estaria embriagado. Os policiais afirmaram que ele tinha fala arrastada e hálito etílico. Dentro do carro foi encontrado um cooler com copos. A prisão preventiva foi decretada no dia seguinte ao acidente.
Leia a nota completa dos advogados do motorista
No que se refere à apresentação da denúncia pelo ilustre promotor de justiça, viemos a público informar que os fatos narrados se demonstram especulativos, totalmente alheios a realidade.
Nos unimos à família e todos os demais atingidos por essa fatalidade, mas não é possível aceitar que qualquer cidadão seja processado e julgado com base em fatos desconexos da verdade.
Na peça acusatória foram apresentados argumentos sem semelhança alguma com a verdade. Certamente o dia 01 de janeiro de 2021 ficará marcado por essa infeliz tragédia, porém na ansiedade de julgar e condenar o acusado, não podemos permitir a utilização de inverdades. Desta forma, a defesa permanecerá atuando para preservar os direitos e garantias constitucionais do acusado, com finalidade de combater ilações e esclarecer, no processo, a realidade dos fatos.