
O desastre ambiental ocorrido na Lagoa da Conceição é muito grave e ainda não há um relatório final de impacto. O que é fato, é que esgoto foi parar dentro da Lagoa da Conceição, local de importância turística e de relevância para a pesca na Ilha. Animais já apareceram mortos e os moradores estão revoltados, sem falar da tragédia para quem vive nas ruas envolvidas nos alagamentos, após o rompimento da lagoa artificial de esgoto.
A Casan, responsável pelo desastre, emitiu uma nota dizendo que a qualidade da água para a vida marinha é boa na Lagoa da Conceição. As coletas foram feitas a 400 metros do local da beira da lagoa. Lá no fundo, até a contaminação pode ser menor. Entretanto, a verdade é outra. As análises do próprio IMA (Instituto do Meio Ambiente) mostram que o local, próximo do acidente, está com altos níveis de poluição.
O impacto ambiental causado pelo despejo de esgoto tratado na Lagoa da Conceição ainda é incerto. A própria presidente da companhia disse que tinha lodo no fundo da lagoa que rompeu. Lodo é o sinal claro de um tratamento ineficiente. O lodo, que é o resto de fezes, foi parar dentro da lagoa. Num tratamento eficiente, ele é retirado e enviado da água para um aterro sanitário.
Querer minimizar o desastre é mentiroso. E assim a Casan tem funcionado: minimiza os desastres ambientais que a envolvem no Rio do Brás, no Rio Capivari, na falta de água e em muitos outros casos. Cada mentira aumenta a dívida com a verdade.
Um dia a verdade aparece, até mesmo no formato de um novo desastre, como o ocorrido na Lagoa da Conceição.
Veja a nota da Casan
Equipes da CASAN monitoraram na tarde desta segunda-feira, dia 1°, níveis de oxigênio dissolvido na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. A medição, realizada com um oxímetro, foi feita a 400 metros em linha reta do local onde o deslizamento encontrou a Lagoa na semana passada. Os valores de oxigênio dissolvido a 1,50 m de profundidade variaram entre 7,7 e 8,5 miligramas por litro. As medições repetem os dados obtidos em coletas do laboratório da CASAN realizadas na beira da Lagoa desde a semana passada, e demonstram níveis de oxigênio adequados para a vida marinha. A Companhia continua monitorando a água da Lagoa da Conceição para avaliar eventuais impactos do acidente.