
Os advogados que representam o motorista Dyego Ferreira Sales, que atropelou a jovem Rebeca Minori na calçada, pediram a liberdade provisória dele com aplicação de medidas cautelares. Essas medidas seriam o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico em juízo, proibição de ausentar-se da cidade, dentre outras. A segunda audiência do caso foi nesta segunda-feira (1º), em Florianópolis. O advogado de acusação, que representa a família de Rebeca, e o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) se manifestaram contrários. A juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer deu um prazo para decidir se pretende dar a liberdade para Dyego.
O argumento usado pela acusação e pelo MPSC é de que nada foi alterado. Para eles, o fato de o motorista ter usado documento falso no momento da prisão é um fato grave que, segundo as partes, já é um fato para manter a prisão e a ordem pública. Até o início de abril, a Justiça deve ouvir as testemunhas de defesa do acidente, arroladas pela defesa do motorista.
A nova audiência, realizada nesta segunda-feira (1º), ouviu mais uma testemunha. Era uma policial militar que estava no local da ocorrência e relatou como foi o atendimento. Segundo o advogado Tiago Souza, que representa a família da jovem, ela reforçou que o condutor estava embriagado, após invadir a calçada e atingir a família e Rebeca, que ficou mais ferida.
“Essa policial que estava no fato, já bastaria para relatar o que aconteceu. Ela relatou que ele estava com sintomas de embriaguez, olhos vermelhos, odor etílico e fala arrastada. Isso foi constatado por outros colegas. Ela contou que ele tentou se evadir do local”, contou.
Outras duas testemunhas não foram encontradas pela Justiça e foram dispensadas. Entretanto, para o advogado de acusação e o MPSC, as provas já foram colhidas.
Como foi o atropelamento?

Rebeca e a família caminhavam pela calçada na Rua das Gaivotas, em Ingleses, quando um veículo desgovernado e em alta velocidade invadiu o passeio, quebrou um muro de vidro do antigo hotel Porto Ingleses e atingiu a família. Rebeca, a mais ferida, ficou embaixo do carro, uma Range Rover blindada e com placas de Brasília. O acidente foi no fim da tarde do dia 1º de janeiro de 2021. O motorista, Dyego Ferreira Sales, foi preso em flagrante. Na polícia, ele e os advogados contestaram a versão da PM (Polícia Militar) de que estaria embriagado. Os policiais afirmaram que ele tinha fala arrastada e hálito etílico. Dentro do carro foi encontrado um cooler com copos. A prisão preventiva foi decretada no dia seguinte ao acidente. A justiça não concedeu hábeas corpus ao condutor. A polícia descobriu que ele usou um documento falso no momento da prisão.