A moradora Maura Onézia Pereira, de 55 anos, é a autora dos vídeos que podem explicar o processo de poluição que deixou a Lagoa da Conceição totalmente imprópria em Florianópolis. A nativa da Costa da Lagoa é surda, está indignada com a situação e convoca um protesto para esta quinta-feira (4), ao meio-dia. A Casan chegou a postar o vídeo dizendo que a informação era falsa. Entretanto, redes sociais, a companhia está sendo denunciada pelos moradores da Lagoa da Conceição por apagar comentários críticos contra a empresa no Facebook.
Na visão dos moradores, a suspeita principal de causar a poluição na Lagoa e a Casan, já que a água sai junto do Terminal Lacustre do Rio Vermelho. O local é próximo de uma estação de tratamento da empresa. Maura relata que mora desde que nasceu na Costa da Lagoa e nunca tinha visto uma situação similar. As imagens foram gravadas na segunda-feira (1º), às 17h30.
“Tinha mau cheiro na vala do Parque Florestal, ao lado da estrada. Tinha cheiro podre. Um cheiro que eu nunca tinha visto. Aquele local ali, onde sai a água, fica do lado do trapiche que dá acesso para a Costa da Lagoa. Fica bem do lado. Tinha muita força a água. Pela minha idade, eu nunca vi aquela água. Nunca teve”, comentou.
Nesta quinta-feira (4), haverá um protesto na esquina da Avenida das Rendeiras com a Rua Vereador Osni Ortiga, que dá acesso ao Sul da Ilha. O encontro está marcado para meio-dia. Emocionada, a moradora da Costa conta que se criou vendo as belezas naturais do local.
“Fico triste. Meu pai criou 13 filhos ali. Me criei. Tenho irmão que pesca e gente que depende da Lagoa. Me sinto com o coração partido. É uma tristeza. É uma perda. Tô sentindo que a lagoa vai morrer. É muito triste saber que não posso mais pescar com minha rede”, comentou.
Críticas à Casan
A Casan é suspeita de estar causando a poluição. Nas redes sociais, a empresa publicou o vídeo e disse que as imagens foram feitas na semana passada e as classificou como ‘Fake News’ dizendo que não tem relação com as águas suspeitas que entram na Lagoa. Entretanto, a própria autora confirmou que elas foram gravadas na última segunda-feira (1º). Os moradores também denunciam que a Casan está apagando críticas feitas pelos moradores, à companhia, na rede social Facebook.