
A motorista de aplicativo Maria Lélia Reis dos Santos, de 28 anos, denuncia que foi vítima de um abuso sexual durante uma corrida que fez entre a Lagoa da Conceição e a Praia dos Ingleses, em Florianópolis. Segundo ela, o caso ocorreu na noite de segunda-feira (5) no canto norte dos Ingleses, onde deveria desembarcar o passageiro. Ela relata que o empresário, dono de um restaurante no Leste da Ilha, passou a mão no seio e no cabelo dela e a chamou de prostituta. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Florianópolis, por isso, o nome suspeito não foi divulgado pelo caso estar em segredo de Justiça.
Em entrevista exclusiva ao programa Conexão Notícias com Emanuel Soares, na Rádio Conexão Felicidade, Maria Lélia relatou que ele desembarcaria nas proximidades da Rua das Gaivotas, em Ingleses. Como o empresário vinha sentado no banco de traseiro, a vítima suspeita que ele também estivesse se masturbando, pois durante vários momentos o empresário pedia para ela ir ‘devagarinho’.
“Chegando quase no final, ele chegou perto de mim. Ele falou nossa que morena cheirosa e meteu a mão nos meus seios. Eu senti a apalpada nos meus seios. Eu tomei um choque tão grande que eu segurei o volante com uma mão e passei a brigar com ele com a outra. Eu perguntei o que ele estava fazendo. Ele disse que estava me dando carinho e ele me falou que poderia me dar mais do que eu ganhava só naquela noite. Me chamou de puta e prostituta. Eu dei uma freada brusca para ele me soltar, já que ele continuava me agarrando”, contou emocionada.
Após isso, ela começou a gritar e ameaçou chamar a polícia, enquanto o empresário dizia que ela era prostituta por estar trabalhando naquela hora. A vítima afirmou que o homem queria que ela colocasse o carro na garagem e convidou a vítima para tomar champanhe. Maria Lélia disse que o passageiro havia bebido antes de embarcar no carro, mas que ele estava lúcido.
“Ele é acostumado a fazer isso. Ele tentou ser muito natural. Deve ter muito mais vítimas dele. Na minha concepção ele fez com muitas mulheres e não vou aceitar ser mais uma”, contou. A vítima relatou ainda que o empresário estava muito agitado, durante a corrida, e acredita que ele estivesse se masturbando no banco de trás, pois abotoou o shorts quando desembarcou.
Investigação

Logo após o ocorrido, Maria Lélia foi a um posto de gasolina e pediu ajuda da PM (Polícia Militar) no 190. Eles afirmaram que só poderiam ir se o empresário estivesse dentro do carro. Sem auxílio, outros motoristas acudiram a vítima e procuraram a 8ª Delegacia de Polícia Civil que estava fechada. Maria Lélia só conseguiu registrar a ocorrência no outro dia, na mesma delegacia.
“Na delegacia me disseram que eu tinha que procurar um advogado e esperar oito dias para ver o que o delegado ia fazer. Daí eu questionei se não ia dar nada e seria só mais uma abusada. Me disseram que eu estava nervosa e disse que seria impossível que não estivesse”, contou. Maria Lélia não consegue dormir e tem flashs da situação e diz que está abalada emocionalmente.
O advogado Tiago Souza, que está representando a vítima, afirmou que vai conservar com o delegado titular da 8ª Delegacia de Polícia para ver o encaminhamento do caso e uma possível transferência do inquérito para a DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital), que funciona junto na 6ª DP.
Acompanhe a entrevista ao Conexão