
O risco de um novo desastre ambiental na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, preocupa autoridades da Capital. A lagoa artificial de infiltração de esgoto da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) pode romper novamente, provocando um cenário similar ao acidente ocorrido em 25 de janeiro de 2021. O município diz que o cenário é provocado por negligência da Casan. Com a previsão de chuvas intensas, a preocupação é com o rompimento dos taludes feitos após o desastre. Os índices de chuva serão muito acentuados e a lagoa está quase transbordando.
Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, Fábio Braga, secretário municipal do Meio Ambiente, afirmou que a Casan havia previsto uma durabilidade de 30 meses da lagoa, mas esta semana em uma reunião, os técnicos da companhia afirmaram que ela seria de três a quatro meses. Isso gerou um alerta vermelho e classificou como negligência da Casan.
“Foi o maior acidente ambiental de Florianópolis. Está sendo licenciado essa lagoa, uma renovação, e a Casan informou à prefeitura uma durabilidade de 30 meses. Uma reunião, nesta terça, a Casan informou que essa durabilidade cairia para três a quatro meses. Viemos aqui e diagnosticamos que as próximas chuvas, neste fim de semana, pudesse ocorrer um novo rompimento. Tendo em vista a negligência da Casan na prestação de informações, determinamos que a Casan viesse aqui reforçar os taludes e retirar a água para outra lagoa, gerando mais danos ambientais nessa área de conservação”, disse o secretário.
Braga comentou ainda que a lagoa artificial, entre as dunas, não está mais infiltrando esgoto no solo, sendo essa uma das funções dela. O principal motivo é a sedimentação do fundo. De acordo com especialistas da área, esse tipo de sedimentação ocorre por um tratamento de esgoto ineficiente que não retira totalmente o lodo do esgoto no processo de tratamento. O lodo é resíduo de fezes que, num processo correto, sai totalmente da água e é encaminhado ao aterro sanitário.
Para evitar que a lagoa volte a provocar uma tragédia na Capital, pela condição de chuvas intensas, a prefeitura determinou a instalação de bombas para retirar a água para outra parte das dunas, provocando mais danos ambientais. Os barramentos ou taludes estão sendo reforçados, como uma parede de uma represa.