
Atualizado às 15h03 – A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) fez um relatório, que teve o conhecimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), questionando a lisura na fortuna do dono da Havan, o catarinense Luciano Hang. A reportagem é do portal UOL. No relatório, que data de 2020, Hang é retratado como personagem de passou a ter negócios com lisura questionável em crescimento, sem sócios ou investidores. A Havan disse à reportagem do UOL que a informação era ‘fake news’ e que o relatório, se existisse, seria inacessível ao UOL. A Abin negou a existência do relatório mencionado pela reportagem do portal.
O texto do documento, obtido pelo portal, relata que Hang cresceu os negócios no fim dos anos 90. “Sempre expandindo os negócios, sem sócios, sem investidores, sem endividamento e muitas vezes parecendo possuir uma fonte oculta de recursos, que não se explicaria apenas por sonegação fiscal e contrabando de artigos importados para lojas”, afirma o documento.
A Abin aponta que, em 2000, uma estudante de economia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) não identificada no relatório produziu uma monografia sobre a competitividade das lojas Havan, “obtendo por meio de Luciano Hang acesso a dados contábeis da empresa”. O trabalho, explica a inteligência do governo, mostrava que o custo fixo mensal das lojas era “cinco vezes maior do que o faturamento” da empresa, o que, em circunstâncias normais, inviabilizaria o negócio.
Em seguida, no tópico intitulado “Havan Financeira”, a agência relata que, ainda no início dos anos 2000, o bolsonarista passou a ter uma empresa de fomento mercantil, que fornecia empréstimos milionários que, segundo o relatório, configuravam a prática de “agiotagem”, o que resultou em cobranças na Justiça. Apenas no TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), 25 processos ainda estão ativos e são relacionados aos empréstimos de Hang.
Desde as eleições de 2018, que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, Luciano Hang tem sido acusado de ser um dos financiadores de fake news por meio do aplicativo WhatsApp e do chamado “gabinete do ódio”, responsável por desferir ataques contra adversários políticos. O documento também ressalta que o empresário é um dos alvos da investigação criminal em aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar ataques à Corte.
Em resposta ao portal UOL, o departamento jurídico da Havan informou que o relatório da Abin “trata-se de Fake News”, já que “se houvesse qualquer documento, seria sigiloso e, portanto, inacessível pelo UOL”. Já a Abin publicou nota negando a existência do relatório mencionado na reportagem.