
Não é de hoje que a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) não presta um bom serviço à população de Florianópolis. Além dos crimes ambientais, cometidos pela companhia com o despejo de esgoto na Lagoa da Conceição, no Rio do Brás e em extravasores nos Ingleses, a impunidade marca a trajetória da ingerência da Casan, algo confirmado pelo próprio secretário de saneamento durante a crise, pré-chuva, na semana passada, na lagoa de esgoto.
Diante desse cenário cabuloso, a comunicação de um simples vazamento é uma via sacra para moradores da Capital. Muitos colecionam protocolos e a Casan não aparece para arrumar ou atender o pedido do cidadão. Se para isso é difícil, o que sobra para uma obra milionária, como a expansão do esgoto em Ingleses, que foi abandonada pela empreiteira e pela companhia?
A Casan contratou uma obra fundamental para o bairro por R$ 84 milhões com uma empresa que, no edital, não tinha experiência. A atual gestão da companhia já havia autorizado um aumento de valor e agora que já foi dado o “gostinho”, eles pediram mais. Enquanto isso, ficamos em xeque com a qualidade da praia e do turismo, já que isso teria como resultado o impacto positivo da obra pronta e em operação. É culpa da Casan chegar ao ponto que estamos com o não cumprimento de prazos de entrega, sendo ela a “dona da obra”.
Passível de denúncia no MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), a falta de informações de uma obra que é feita com dinheiro público corrobora uma estranha “penumbra” que paira sobre essa situação que é escondida com o auxílio da assessoria de imprensa da companhia.
É dever do jornalismo fiscalizá-los, mesmo que eles não gostem ou sejam contra isso. Tudo que envolve recurso público precisa de transparência. O que fazemos agora é denunciar a falta de transparência na tentativa de saber o que a Casan tenta esconder.