
As obras de expansão do sistema de esgotamento sanitário de Ingleses, avaliadas em R$ 106,7 milhões, seguem paralisadas. A promessa feita pela Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) era de que os trabalhos voltariam na primeira quinzena de agosto, o que não ocorreu. Nesta segunda-feira (16) o Conexão esteve no canteiro de obras, local que sofre a construção da ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) e não há qualquer movimentação, exceto um vigia que cuida o portão. Lá, ele disse que não havia ninguém e que não sabia quando as obras seriam retomadas.
No Portal da Transparência não há qualquer documento que indique a assinatura do reequilíbrio financeiro do contrato com o Consórcio Trix-Infracon, responsável pelas obras. O Conexão apurou que em conversas, a Casan fez um acordo com o consórcio de retomada dos trabalhos enquanto o documento passava pelo crivo jurídico, o que deve levar ainda 30 dias. Entretanto, as obras não foram retomadas. A situação atrasa ainda mais a conclusão dos trabalhos. A Casan já teria cobrado com cronograma de retorno ao Consórcio, mas não obteve resposta.
Há 25 dias, o vice-prefeito, Topázio Neto, e o secretário de Meio Ambiente, Fábio Braga, estiveram inspecionando o canteiro de obras e ouviram da Casan a promessa de retorno dos trabalhos na primeira quinzena de agosto. A obra está parada há cinco meses e teria recebido um reequilíbrio financeiro de 5%, conforme a própria companhia. Entretanto, até o momento, essa situação impõe um atraso maior que impacta o saneamento, saúde pública, turismo e a balneabilidade de um dos balneários mais importantes da cidade.
A obra já está custando R$ 106,7 milhões e com o reequilíbrio deve chegar aos R$ 111 milhões. O reajuste será aplicado ao valor total da obra executada pelo Consórcio Trix-Infracon. A obra está paralisada desde março, quando a empreiteira notificou a Casan sobre os desequilíbrios e justificou que a pandemia aumentou valores de materiais usados na obra.
O Conexão fez contato com a assessoria de imprensa da Casan, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem. O secretário Fábio Braga, responsável por fazer a Casan cumprir as metas de saneamento na cidade, afirmou que vai verificar a situação junto com a companhia, pois também teve a promessa de retorno dos trabalhos na primeira quinzena do mês.
A obra

A ampliação da rede de esgotamento sanitário de Ingleses e Santinho está recebendo investimentos de R$ 106,7 milhões, valor financiado junto à Jica. São 58 quilômetros de rede instalada, além de estações elevatórias e uma ETE com capacidade para depurar 105 litros/segundo, em nível terciário (o processo mais completo).
Mesmo após a instalação da rede e dos ramais, os esgotos residenciais ainda não podem ser conectados à rede, uma vez que ela ainda não está em operação. No momento certo, quando todo o sistema estiver implantado e a ETE entrar em funcionamento, os moradores serão avisados pela Casan de que as ligações podem, então, ser providenciadas.