
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta segunda-feira (1º) pelo Twitter, que o Brasil receberá, por intermédio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos. Ainda não há detalhes se o medicamento deve chegar em Santa Catarina, mas o Estado já enfrenta 8 casos.
“Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento”, adiantou. O Tecovirimat tem sido oferecido como opção de “uso compassivo” nos Estados Unidos. Entretanto, ainda não há dados que demonstrem a eficácia do antiviral para o tratamento da varíola dos macacos, mas ele funciona para varíola comum.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até domingo (31), 1.342 casos de varíola dos macacos foram registrados no país. Na última sexta (29) a pasta confirmou a primeira morte pela doença no Brasil. A vítima era um homem, de 41 anos. Ele estava internado em Belo Horizonte (MG) e tinha comorbidades que podem ter prejudicado o quadro clínico. O Ministério da Saúde investiga as circunstâncias da morte.
Sintomas
A varíola dos macacos é uma doença causada pela infecção com o vírus Monkeypox, que causa sintomas semelhantes aos da varíola. Ela começa com febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão e inchaço dos linfonodos. Uma erupção geralmente se desenvolve de um a três dias após o início da febre, aparecendo pela primeira vez no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés.
Em alguns casos, pode ser fatal, embora seja tipicamente mais suave do que a varíola. A doença é transmitida para pessoas por vários animais selvagens, como roedores e primatas, mas também pode ser transmitida entre pessoas após contato direto ou indireto.
Como funciona o medicamento
O tecovirimat (também conhecido como TPOXX) é um medicamento desenvolvido para o tratamento do vírus da varíola comum. No atual surto de varíola dos macacos, o fármaco tem sido utilizado no combate à infecção da doença. O antiviral está disponível como cápsula oral (200 mg) e injeção para administração intravenosa.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o tecovirimat foi aprovado em 2018 pela Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana semelhante à Anvisa, para o tratamento da varíola em adultos e crianças, mas não para a Monkeypox. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, mantêm um protocolo de acesso expandido ao medicamento, o que permite o uso para o tratamento precoce da infecção.
Em estudos com animais, o tecovirimat demonstrou diminuir a chance de morte por infecções por ortopoxvírus, como o vírus da varíola dos macacos, quando administrado no início da doença. Em pessoas, uma série de casos de indivíduos infectados com o vírus Monkeypox, que incluiu um paciente tratado com tecovirimat, sugere que o medicamento pode encurtar a duração da doença e a disseminação viral. Os resultados foram publicados na revista científica Lancet.