O ex-secretário Ed Pereira, que ficou a frente da pasta de Cultura, Turismo e Esporte, se manteve calado no momento do depoimento na sede da Deic (Diretoria de Investigações Criminais). A prisão decorre da segunda fase da operação Presságio, que apura supostos crimes de corrupção durante a passagem dele na secretaria. Um dos focos da operação é confirmar as ligações de Ed com empresários da primeira empresa privada que foi responsável pela coleta de lixo no Norte da Ilha e no Continente. Ela é apontada por crime de poluição no momento do contrato emergencial durante uma greve da Comcap. Caso corre em segredo de Justiça e a Polícia Civil não deu mais detalhes.
O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, conhecido criminalista, declarou que o cliente manteve-se calado em depoimento nesta manhã, pois não teve acesso aos detalhes da investigação e nem aos motivos da prisão. Além de Ed, outras 3 pessoas também foram presas e tinham ligação direta com o ex-secretário. Ele foi afastado da prefeitura de Florianópolis no ato da primeira fase da operação, ainda em janeiro, quando deu uma entrevista e declarou inocência.
Ed é investigado por supostas irregularidades na prefeitura, ainda em 2021, quando o governo era de Gean Loureiro (União Brasil). Ed é apontado em diversos áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino (também preso), à época diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, como recebedor de dinheiro público. Esse fato está em apuração pelas autoridades para confirmar a veracidade e se o dinheiro partiria da empresa que coletava o lixo. Um dos fatos levantados pela investigação é de que o contrato foi fechado um dia antes da greve da Comcap.
A Polícia Civil também apura o recebimento de dinheiro público de projetos sociais ligados ao ex-secretário. Houve problemas na prestação de contas de recursos vindos do governo do Estado em 2009, o que gerou uma condenação e uma multa. A suspeita da polícia é que o instituto criado por ele servia de fachada para o repasse de valores ilegais.
O caso segue em investigação. Em função do segredo de Justiça, a Polícia Civil não deu mais detalhes da operação ocorrida nesta manhã de quarta-feira (29).
Leia a nota da defesa de Ed
“Acompanhei meu cliente hoje de manhã no interrogatório na DEIC. Como ainda não tivemos acesso ao inquérito, ele optou por permanecer calado, não para exercer o direito constitucional, mas sim porque pretende prestar todos os esclarecimentos a partir do momento em que ele conhecer o conteúdo de toda a investigação. Eu terei acesso ao decreto de prisão somente à tarde, de modo que até lá não terei como me manifestar acerca dos fundamentos pelos quais o juiz entendeu agora decretar a prisão de uma pessoa primária, sem antecedentes, que estava colaborando com as investigações e sempre esteve à disposição da Justiça”.
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