A escabiose é uma dermatose parasitária humana, causada pela infestação cutânea
do ácaro Sarcoptes scabiei, que se manifesta como lesões intensamente pruriginosas com
distribuição corporal característica (Figura 1). As regiões interdigitais, punhos (face anterior),
axilas (pregas anteriores), região periumbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais estão entre
os locais comuns de acometimento.
A transmissão acontece durante todo o período da doença por meio do contato
direto e prolongado com pessoas, roupas ou objetos contaminados. Condições de
superlotação ou aglomeração (como escolas, barracas, abrigos, residências, presídios,
instituições de longa permanência) aumentam o risco de transmissão.
Manifestações clínicas
Os sintomas começam de três a seis semanas após a infestação primária, no
entanto, em pacientes previamente infectados, os sintomas podem iniciar dentro de 24h a
três dias após a infestação, presumivelmente devido à sensibilização prévia.
A característica clínica mais evidente é o prurido intenso, o qual apresenta maior
intensidade à noite. Os achados cutâneos típicos são múltiplas pápulas pequenas e
eritematosas, muitas vezes escoriadas.
Os túneis (ou tocas) podem ser visíveis como linhas
serpiginosas finas, cinza, vermelhas ou marrons de 2 a 15 mm (Figura 2). Os túneis são um
achado característico, mas muitas vezes não são visíveis devido à escoriação ou infecção
secundária. Pápulas, vesículas, pústulas e, raramente, bolhas em miniatura também podem
estar presentes. Em idosos e crianças podem surgir lesões no couro cabeludo, nas palmas
e nas plantas dos pés. Os pacientes imunocomprometidos são mais suscetíveis a
complicações devido à possibilidade de adquirirem infecções secundárias.
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente é presuntivo, baseado na história e nos achados clínicos.
Tratamento
A escolha do tratamento irá depender das características clínicas da doença em
cada paciente e de suas condições gerais de saúde. O tratamento é individualizado para
cada paciente, podendo consistir em medicamentos de uso tópico ou oral, portanto, deve
ser preconizado pelo profissional médico.
O prurido peculiar da doença resulta de uma reação de hipersensibilidade aos
ácaros, ovos e suas fezes, e pode continuar por várias semanas após o tratamento, mesmo
que todos os ácaros e ovos sejam mortos. No entanto, se o prurido ainda estiver presente
duas a quatro semanas após o tratamento ou se novas tocas ou erupções cutâneas
semelhantes a espinhas aparecerem, o retratamento pode ser necessário.