A temporada de pinhão, um dos símbolos mais emblemáticos de Santa Catarina, começou oficialmente nesta terça-feira, em cumprimento à lei estadual 15.457, que restringe a colheita da semente antes de 1º de abril. Este marco anual transforma as imponentes araucárias em fontes de subsistência e esperança econômica para milhares de catarinenses, especialmente na região serrana.
Segundo estimativas da Epagri, cerca de 10 mil das 34 mil famílias de produtores rurais contabilizadas pelo IBGE nos 18 municípios serranos dependem do pinhão para compor parte de sua renda. Apesar de uma queda esperada de 35% na produção em comparação a 2024, o volume estimado de 4,5 mil toneladas ainda promete movimentar o mercado.
Na pequena cidade de Painel, reconhecida como a Capital Catarinense do Pinhão, o agricultor Jaison de Liz Rosa exemplifica a força desse extrativismo sustentável. Ele explora apenas 10% das cerca de 5 mil araucárias em suas propriedades e prevê colher três toneladas nesta safra. Mesmo diante de desafios, o pinhão continua representando 60% da renda familiar de Jaison, superando outras atividades como a agroecologia e os serviços rurais.
Os 18 municípios da Serra catarinense devem colher cerca de 4,5 mil toneladas de pinhão neste ano
Para agricultores como Jaison, o suporte técnico da Epagri tem se mostrado essencial. "Orientamos os produtores em todos os aspectos da cadeia produtiva, desde o cultivo até o mercado. Estamos, inclusive, investindo em araucárias enxertadas para produção precoce de pinhão no futuro", explica José Márcio Lehmann, gerente regional da Epagri.
Apesar das flutuações na produção natural da araucária, uma certeza permanece: a qualidade do pinhão catarinense segue conquistando consumidores exigentes, reafirmando o protagonismo do Estado na produção e valorização dessa iguaria típica. Nos próximos três meses, as araucárias não só alimentam esperanças, mas também mantêm viva uma tradição cultural e econômica de grande relevância para Santa Catarina.
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