O fim do La Niña foi oficialmente confirmado pela NOAA (Agência Oceânica e Atmosférica dos EUA), encerrando um ciclo que influenciou o clima global de maneira significativa nos últimos anos. O Oceano Pacífico entrou agora em uma fase neutra, com as temperaturas da superfície marítima voltando à normalidade após um período prolongado de resfriamento anômalo.
Segundo os meteorologistas, ventos e formações de nuvens já refletem essa transição, e os modelos climáticos indicam mais de 50% de chance de a neutralidade se manter entre os meses de agosto e outubro de 2025.
Com o término do fenômeno, o planeta entra em um período de maior variabilidade climática, sem a influência direta de eventos extremos como El Niño ou La Niña. No entanto, isso não significa estabilidade. A NOAA aponta que ainda há 38% de probabilidade de retorno da La Niña e menos de 20% de surgimento do El Niño no segundo semestre de 2025.
Os especialistas destacam que esta é uma época de baixa confiabilidade nas previsões climáticas. A próxima atualização de dados, prevista para maio, deve oferecer indicações mais precisas sobre as tendências para o restante do ano.
A neutralidade climática do Pacífico já começa a impactar o clima no Brasil. Durante o La Niña, o país vivenciou padrões de precipitação desequilibrados — chuvas acima da média no Norte e Nordeste, enquanto o Sul sofreu com seca prolongada.
Agora, o cenário tende a mudar:
Região Sul: deve enfrentar uma alternância rápida entre períodos secos e chuvosos, dificultando o manejo agrícola e o planejamento hídrico.
Regiões Norte e Nordeste: poderão registrar uma redução gradual das chuvas, afetando o abastecimento de água e a agricultura familiar.
Essa transição exigirá ajustes no planejamento rural, especialmente no uso de recursos hídricos e no calendário agrícola, já que a previsibilidade climática será menor nos próximos meses.
A La Niña é um fenômeno natural que resfria as águas do Pacífico equatorial, impactando padrões de vento e chuva em escala global. Seus efeitos, quando combinados com as mudanças climáticas em curso, tornam-se cada vez mais difíceis de prever e gerenciar.
Enquanto isso, a NOAA segue com o monitoramento contínuo dos oceanos. O comportamento das águas nos próximos meses será decisivo para entender como será o clima de 2025 e para orientar estratégias de adaptação em diversos setores.