Florianópolis (SC) – A manhã desta terça-feira (29) foi marcada por tensão e comoção na Praia do Forte, no norte da ilha de Florianópolis. Quatro casas construídas nas proximidades da Fortaleza de São José da Ponta Grossa foram demolidas por ordem judicial, após um longo processo que se arrasta há mais de três décadas.
As construções estavam localizadas em uma área federal tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que considera a ocupação irregular. O local é protegido por legislação que impede edificações não autorizadas em seu entorno, por seu valor histórico e ambiental.
Mesmo diante da resistência dos moradores — que passaram a noite em vigília e realizaram protestos emocionados — máquinas pesadas deram início à demolição nas primeiras horas da manhã. Vídeos registrados no local mostram o momento em que os imóveis vão ao chão, em meio a gritos de revolta e lágrimas de quem viu a história de sua família ser destruída.
A ação ocorreu após notificação formal emitida pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) no dia 23 de abril. O documento determinava um prazo de 72 horas para a desocupação voluntária das residências, prazo que se esgotou nesta terça-feira. Mesmo assim, muitos moradores se recusaram a sair e acompanharam a operação com indignação.
No total, existem oito construções na área protegida, sendo que duas delas abrigam um restaurante e um quiosque. No entanto, apenas quatro imóveis foram incluídos na decisão judicial de demolição nesta etapa da operação.
A situação gerou ampla repercussão local, com críticas de defensores do patrimônio histórico e também de moradores, que afirmam ter direitos adquiridos após décadas vivendo na região. A Prefeitura de Florianópolis, o Iphan e a SPU ainda não se pronunciaram oficialmente sobre os próximos passos em relação às demais edificações.