A temporada da pesca artesanal da tainha começou oficialmente nesta quinta-feira, 1º de maio, com uma celebração tradicional na praia do Campeche, em Florianópolis, reunindo pescadores, moradores e autoridades. A cerimônia teve café da manhã comunitário, procissão religiosa e atividades culturais no histórico rancho de pesca do Seu Getúlio, um dos símbolos da tradição no litoral catarinense.
O evento contou com a presença do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, que destacou a importância cultural e econômica da atividade, além do prefeito de Florianópolis, Topázia Neto, e da vice-prefeita Maryanni, que também enfatizaram a relevância da pesca artesanal para a cidade e para a preservação das tradições locais.
“A pesca da tainha é parte da alma de Santa Catarina. Uma tradição que atravessa gerações e fortalece nossa cultura. Hoje, na bela festa do Campeche, celebramos essa identidade tão nossa. E o Governo do Estado está junto, valorizando essa história e dando total apoio aos pescadores”, afirmou o governador.
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Reconhecida como patrimônio cultural imaterial e um dos marcos do litoral catarinense, a pesca artesanal da tainha mobiliza comunidades inteiras e movimenta a economia de dezenas de municípios costeiros, com impacto direto na subsistência de milhares de famílias.
Apesar da celebração, o clima entre os pescadores é de preocupação. Pelo segundo ano consecutivo, a atividade enfrenta restrições impostas pelo Governo Federal. A Portaria Interministerial MPA/MMA nº 26 estabeleceu um limite de 1.100 toneladas para a pesca artesanal no estado em 2025, medida que é alvo de contestação judicial por parte do governo catarinense.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) protocolou, na última terça-feira (29), uma ação na Justiça Federal pedindo a suspensão da cota.
“Santa Catarina não aceita calada a cota imposta pelo governo federal. Essa medida atinge diretamente a nossa cultura, nossa economia e, acima de tudo, as famílias que vivem do mar há gerações. Vamos até o fim nessa luta”, garantiu Jorginho Mello.
O secretário de Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo, reforçou o impacto da medida:
“A pesca da tainha vai além da produção alimentar. Ela representa uma tradição centenária e uma fonte de renda essencial. A cota prejudica exclusivamente os nossos pescadores. Por isso, o Estado está buscando todas as medidas judiciais cabíveis.”
Mesmo diante das restrições, a expectativa é de uma temporada promissora, com a mobilização das colônias e associações de pesca em todo o estado. A esperança é de que o mar esteja generoso e que as redes se encham não apenas de peixe, mas também de reconhecimento e justiça para quem vive da pesca artesanal da tainha.