Balneário Camboriú (SC) — Em menos de uma semana, o Hospital Municipal Ruth Cardoso volta ao centro de uma nova polêmica envolvendo partos com complicações. Nesta quarta-feira (30), uma bebê sofreu um corte de aproximadamente 3 cm no rosto, durante uma cesariana realizada na maternidade da unidade hospitalar. O caso ocorre poucos dias após a morte de um recém-nascido, na última sexta-feira (25), situação que já havia gerado forte repercussão e mobilização de autoridades.
De acordo com o prontuário médico, a lesão aconteceu no momento da incisão uterina, atingindo a região malar direita, próxima ao olho da recém-nascida. Apesar do susto, não houve necessidade de reanimação, e a neonatologista de plantão foi acionada imediatamente. O ferimento foi tratado com curativo de hidrocoloide e o episódio, surpreendentemente, foi registrado como “sem intercorrências”.
A mãe relatou que vem acompanhando de perto os cuidados com a filha e que, até o momento, o quadro não se agravou. “As enfermeiras estão fazendo os curativos e tudo está indo bem até agora”, disse. No entanto, o pai, demonstrou preocupação com a possibilidade de uma cicatriz permanente no rosto da filha.
O incidente ocorre apenas cinco dias após a morte de Ragner Ramos Leitemperger, também durante o parto no Hospital Ruth Cardoso. O caso está sendo investigado por suspeita de negligência médica e omissão de socorro, e já resultou na exoneração da diretora da unidade, no afastamento do médico envolvido e na abertura de sindicância administrativa.
Com dois episódios graves envolvendo recém-nascidos em um curto intervalo, crescem os questionamentos sobre os protocolos de segurança da maternidade municipal. Internamente, profissionais relatam pressão e clima de tensão enquanto o hospital enfrenta mudanças na gestão e investigações para apurar as responsabilidades.
A Prefeitura de Balneário Camboriú ainda não se pronunciou oficialmente sobre o novo caso. A expectativa é de que o episódio também seja incluído na sindicância em andamento.
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