Uma investigação da Polícia Civil de Santa Catarina revelou a estrutura de liderança de uma facção criminosa atuante em todo o estado. Segundo as autoridades, os indiciados integravam um “conselho” da organização, responsável por decisões estratégicas como “decretos de morte”, rebeliões e atentados, direcionando ordens a criminosos em diversas regiões catarinenses. A apuração aponta que essas decisões partiam de dentro dos presídios e eram repassadas a comparsas em liberdade.
Durante a apuração, três advogados foram identificados como suspeitos de atuar como mensageiros do crime, levando recados entre detentos e membros soltos da facção. Um dos advogados, inclusive, teria sido “batizado” pela organização, com envolvimento direto em operações financeiras e na guarda de armamento a serviço do grupo criminoso, segundo as investigações conduzidas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (DIPC/PCSC).
A operação policial mobilizou mais de 160 agentes para cumprir 36 ordens judiciais, entre elas 28 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão preventiva, em 13 cidades distribuídas por Santa Catarina, Paraná e Alagoas. As ações ocorreram simultaneamente em municípios como Florianópolis, Joinville, Palhoça, Criciúma, Camboriú, Itajaí, Arapiraca (AL) e Cascavel (PR), com o objetivo de desarticular o núcleo estratégico da facção.
Dos 8 mandados de prisão, 7 foram cumpridos com sucesso. Em Joinville, dois suspeitos foram detidos, sendo que um deles estava com uma pistola 9mm e foi autuado em flagrante por posse de arma de uso restrito. Uma advogada foi presa em Guatambu, e outros quatro suspeitos foram capturados em Marechal Deodoro (AL), Camboriú, Itajaí e Palhoça. Um dos advogados investigados segue foragido. Durante a operação, foram apreendidos diversos dispositivos eletrônicos e documentos, que agora serão analisados para aprofundar as investigações.