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Técnico de futebol Tite revela crise de ansiedade e pausa na carreira: alerta sobre saúde mental ganha força

Especialistas explicam como a ansiedade se instala, seus principais gatilhos e a importância de tratar o transtorno com seriedade

Jaime Júnior Soares
Por: Jaime Júnior Soares
18/05/2025 às 01h11
Técnico de futebol Tite revela crise de ansiedade e pausa na carreira: alerta sobre saúde mental ganha força
Foto: Divulgação/Lucas Figueiredo/CBF

O anúncio de Tite, ex-técnico da Seleção Brasileira, sobre uma pausa na carreira por conta de uma crise de ansiedade, causou comoção nas redes sociais e foi manchete em diversos veículos de imprensa. O relato sincero, feito na véspera de sua confirmação no comando do Corinthians, gerou uma onda de empatia e destacou um ponto essencial: ninguém está imune ao colapso emocional. O episódio chamou atenção para a crescente prevalência do transtorno de ansiedade no Brasil e no mundo, trazendo à tona discussões urgentes sobre saúde mental.

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De acordo com a psiquiatra e professora do Idomed, Andréia Galastri, diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da ansiedade. “Situações traumáticas, predisposição genética, pressão constante, excesso de trabalho e insegurança pessoal” formam uma combinação comum em muitos casos. A médica ressalta que os sintomas nem sempre são evidentes e podem surgir como insônia, inquietação, mal-estar físico e emocional, taquicardia e tremores. Por isso, a auto-observação e o cuidado preventivo são fundamentais.

Um fator agravante destacado por Galastri é o uso excessivo das redes sociais. A comparação constante, a busca por validação e a necessidade de manter uma imagem impecável intensificam o estresse, especialmente entre os mais jovens. “As redes podem ser ferramentas de conexão, mas também se transformam em ambientes de cobrança e insegurança”, afirma. Já o ambiente de trabalho, com suas jornadas exaustivas e falta de reconhecimento, se revela um inimigo silencioso da saúde emocional.

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Para enfrentar o transtorno, a médica defende uma abordagem multidisciplinar, que envolva psicoterapia, mudanças no estilo de vida e, quando necessário, o uso de medicação. No caso do TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), a combinação de terapias visa reequilibrar os neurotransmissores e transformar padrões mentais. Galastri conclui com um chamado coletivo: “Cuidar da saúde mental é responsabilidade de todos — escolas, empresas e governos —, mas o primeiro passo parte do indivíduo: reconhecer os sinais e pedir ajuda”.

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