A produção de tilápia em Santa Catarina está prestes a dar um salto graças a um projeto de edição genômica que busca identificar e controlar genes responsáveis pelo crescimento muscular dos peixes. A inovação, que pode aumentar o rendimento de filé por peixe capturado e, com isso, elevar a renda dos produtores, será apresentada oficialmente na próxima segunda-feira, 19, na Estação Experimental da Epagri em Itajaí e na unidade avançada do Centro de Desenvolvimento de Aquicultura e Pesca (Epagri/Cedap).
O projeto intitulado “Edição Genômica de Tilápias da Linhagem Epagri SC” é fruto de uma parceria estratégica entre a Epagri/Cedap e a Embrapa Pesca e Aquicultura, com sede em Palmas (TO), e conta com financiamento via emendas parlamentares. De acordo com o pesquisador André Luis Tortato Novaes, gerente da Epagri/Cedap, a ideia é mapear os genes que regulam o crescimento muscular, permitindo “acionar ou desligar” os que interrompem esse desenvolvimento. A técnica já é usada com sucesso em bovinos e tem potencial para revolucionar a aquicultura nacional.
Os avanços em melhoramento genético já elevaram o rendimento de filé de tilápia de 33 kg para 38 kg a cada 100 kg de peixe cultivado. Agora, a meta é ir além, respeitando o limite biológico da espécie. O evento de segunda-feira contará com a presença de autoridades como a chefe da Embrapa, Danielle de Bem Luiz, o presidente da Epagri, Dirceu Leite, e o secretário de Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, além de parlamentares que viabilizaram os recursos para a iniciativa.
Segundo Novaes, investimento em pesquisa tem retorno garantido: “É uma forma de prestar contas ao produtor e à sociedade sobre os avanços gerados pela ciência”. O projeto tem duração prevista de dois anos (2024–2026) e está na fase de estruturação com a compra de equipamentos, veículos e infraestrutura para o laboratório em Itajaí. Após a apresentação, os convidados visitarão os experimentos com alevinos e serão recebidos com pratos à base de tilápia no Centro de Treinamento da Epagri (Cetrei).