Somente 16% dos estudantes da rede municipal de ensino de Florianópolis apresentaram conhecimento adequado em Língua Portuguesa e Matemática, segundo os resultados da Avalia Floripa, avaliação diagnóstica realizada pela Secretaria Municipal de Educação (SME) em abril. A prova foi aplicada aos alunos dos 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e revelou defasagens significativas, especialmente entre os mais jovens, onde 77% dos estudantes do 2º ano demonstraram dificuldades até mesmo para ler palavras simples como “casa” e “sapo”. O levantamento é parte do Plano Floripa Mais Aprendizagem, que prevê ações imediatas para a recomposição da aprendizagem.
A Avalia Floripa se diferencia do tradicional Saeb por sua frequência anual com três aplicações, permitindo um acompanhamento contínuo da evolução dos estudantes. A próxima rodada está prevista para julho e servirá para medir o impacto das ações já implementadas, como o aumento da carga horária de Língua Portuguesa e Matemática de 4 para 6 aulas semanais, e a ampliação da educação integral. No caso do 2º ano, por exemplo, 13 das 39 unidades escolares já adotaram o ensino em tempo integral, aliado à distribuição do livro LEIA, focado nas habilidades essenciais da alfabetização.
Nos anos finais do fundamental, a situação também é desafiadora. Entre os alunos do 5º ano, 67% apresentaram desempenho insuficiente em Matemática, com dificuldades em operações básicas como adição e subtração. Já no 9º ano, os dados são ainda mais alarmantes: apenas 3% dos estudantes atingiram o nível considerado adequado, e 97% não conseguem calcular descontos simples em situações cotidianas. Para estes níveis, a SME introduziu o livro Educa Floripa, que aborda conteúdos fundamentais dos anos anteriores e propõe atividades de recomposição com grupos menores de alunos.
Apesar do cenário preocupante, a Prefeitura projeta uma redução de 60% na defasagem educacional nos próximos três anos. A subsecretária de Gestão de Educação, Fabrícia Luiz Souza, afirma que o momento é de ação: “Temos desafios urgentes e estamos agindo para fazer uma grande virada”. A estratégia conta com o trabalho de um grupo técnico da SME, que apoia os diretores nas ações de aprendizagem em todas as escolas e promove formações específicas para professores, com foco nos conteúdos ainda não consolidados pelos estudantes.