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Santa Catarina acende alerta para câncer bucal com alta incidência e reforça importância da prevenção

Estado é o sétimo com mais casos da doença no Brasil e aposta em diagnóstico precoce para salvar vidas.

Jaime Júnior Soares
Por: Jaime Júnior Soares
23/05/2025 às 15h34
Santa Catarina acende alerta para câncer bucal com alta incidência e reforça importância da prevenção
Fonte: Comunicação do Cepon / Michelle Valle

Santa Catarina ocupa a sétima posição entre os estados brasileiros com maior incidência de câncer bucal, também conhecido como câncer da cavidade oral. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença silenciosa, que pode ser identificada por sinais como feridas que não cicatrizam, nódulos, manchas e dificuldade para mastigar. A rede pública de saúde do estado, através do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece tratamento gratuito por meio de uma estrutura oncológica especializada.

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Entre as instituições de referência está o Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), em Florianópolis, que em 2024 atendeu 258 pacientes com câncer de boca, totalizando 539 atendimentos. Em 2025, até abril, 283 atendimentos já foram realizados, o que indica uma alta demanda por cuidados especializados. A doença pode atingir os lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, a língua (principalmente as laterais) e a região sob a língua. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de que 650 catarinenses sejam diagnosticados até o final deste ano, com 60 novos casos previstos em Florianópolis.

Durante o Maio Vermelho, campanha de conscientização sobre o câncer bucal, o CEPON reforça o papel da prevenção. O diretor-geral da unidade, Dr. Marcelo Zanchet, destaca que o compromisso vai além do tratamento: "Trabalhamos com foco no cuidado integral, unindo tecnologia, prevenção e atenção humanizada". Já o médico de Cabeça e Pescoço, Dr. Diego Naranjo, explica que o autoexame da boca é fundamental: "Identificando uma lesão suspeita, o paciente passa por biópsia e estadiamento clínico, determinando a melhor abordagem terapêutica".

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A adequação bucal prévia ao tratamento é outro ponto crucial. A dentista Dra. Mariana Minamisako, do CEPON, alerta que a presença de cáries e infecções orais pode agravar o quadro: “É preciso evitar mucosite oral e infecções secundárias, comuns durante a radioterapia. Um paciente com câncer de boca precisa iniciar o tratamento com a boca livre de infecções para evitar complicações graves”. A população também é orientada a manter higiene bucal adequada, evitar o tabagismo e o consumo de álcool, ter alimentação saudável e usar preservativos durante o sexo oral — medidas simples que podem fazer toda a diferença na prevenção do câncer bucal.

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