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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou 1.333 pontos com risco de exploração sexual de crianças e adolescentes em rodovias federais que cruzam Santa Catarina. Os dados são da edição mais recente do Projeto Mapear, um trabalho técnico realizado desde 2003 para identificar áreas vulneráveis a esse tipo de crime. O estado aparece em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas de Minas Gerais (3.581 pontos) e Piauí (2.496), revelando um cenário preocupante ao longo das BRs catarinenses.
Segundo a PRF, o mapeamento leva em conta entrevistas com motoristas, comerciantes, moradores e o uso de tecnologias de georreferenciamento, além de dados de inteligência policial. As rodovias com maior concentração de pontos críticos são a BR-101 (418), seguida pela BR-282 (327), BR-280 (200) e BR-470 (113). A infraestrutura presente nesses trechos — como postos de combustíveis, restaurantes e áreas de descanso — favorece a concentração de fatores de vulnerabilidade.
A PRF destaca que o Projeto Mapear não identifica casos confirmados, mas sim locais com potencial de risco, classificados em quatro níveis: baixo, médio, alto e crítico. Os critérios consideram fatores como fluxo rodoviário, condições socioeconômicas da região e a capacidade de fiscalização e denúncia. Por isso, a presença de mais pontos mapeados também pode refletir um trabalho mais eficaz de identificação por parte dos agentes federais.
Com base nos dados do Mapear, a PRF realiza ações como a Operação Domiduca, voltada ao combate à exploração sexual de menores nas rodovias. Desde 2023, só em Santa Catarina, 70 vítimas foram resgatadas e 1.695 pontos fiscalizados. Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100, telefone 191 da PRF ou pelo novo portal do Projeto Mapear, que também oferece dados abertos, materiais educativos e canais de apoio para fortalecer a rede de proteção infantil no país.
