O aumento nos índices de obesidade infantil em Santa Catarina tem chamado atenção de autoridades e especialistas da saúde pública. De acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), referentes a 2024, 17% das crianças catarinenses entre 5 e 10 anos apresentam sobrepeso e 15% já são consideradas obesas — percentuais superiores à média nacional, que é de 15,1% e 14,6%, respectivamente. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem intensificado estratégias intersetoriais para conter esse avanço, com foco na prevenção de doenças crônicas e promoção do cuidado integral à população infantil.
A obesidade infantil é uma condição crônica e multifatorial, que envolve o acúmulo excessivo de gordura corporal e está associada a comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Em crianças, os impactos vão além da saúde física e podem prejudicar o crescimento, o desenvolvimento e até o bem-estar emocional. O enfrentamento dessa realidade exige ações coordenadas entre escolas, unidades de saúde e comunidades, com atenção especial à prevenção e ao combate ao estigma.
Entre as iniciativas em andamento, destacam-se a Linha de Cuidado para Pessoas com Sobrepeso e Obesidade, atualizada em 2024, que organiza o atendimento em todos os níveis da Rede de Atenção à Saúde, e o Programa Saúde na Escola (PSE), presente em 100% dos municípios catarinenses. O estado também mantém o Programa Academia da Saúde, com 93 polos ativos oferecendo atividades físicas gratuitas. Essas ações são fundamentais para estimular hábitos saudáveis desde a infância e promover uma abordagem respeitosa e integrada à realidade das famílias.
A SES reforça a importância de compreender a obesidade como uma condição complexa, influenciada por aspectos biológicos, sociais e ambientais. Entre os fatores estão o consumo de ultraprocessados, sedentarismo, uso excessivo de telas e a ausência de espaços adequados para atividades físicas. Com base em materiais de apoio, como o Guia Alimentar para a População Brasileira, o estado aposta na orientação a famílias e profissionais, destacando que a melhor forma de enfrentar o problema é prevenir antes que se agrave.