O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por envolvimento em um esquema de estelionato que enganou dezenas de consumidores no Rio Grande do Sul. A sentença, proferida na tarde de terça-feira (10) pela juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal de Canoas, também condenou seu sócio Anderson Bonetti. Ambos foram responsabilizados por crimes cometidos entre março e julho de 2021 por meio da loja virtual “Tadizuera”, que prometia produtos como iPhones, ar-condicionados e TVs a preços abaixo do mercado, sem qualquer intenção de entrega.
Segundo o processo, a investigação identificou 370 crimes de estelionato, com vítimas em vários municípios gaúchos. A loja “Tadizuera” operava de forma agressiva nas redes sociais, utilizando a credibilidade de Nego Di para atrair consumidores. Entre janeiro e julho de 2022, a conta empresarial movimentou mais de R$ 5 milhões em créditos, que foram imediatamente escoados para múltiplos destinos, dificultando o rastreamento dos valores. Nenhum cliente recebeu os produtos adquiridos, tampouco reembolsos, caracterizando um golpe em larga escala.
Na sentença, a juíza destacou que o caso não se trata de um crime isolado, mas sim de um esquema meticulosamente planejado com “lesividade social altíssima”. O uso da imagem pública de Nego Di, amplamente reconhecido nas redes, foi apontado como fator determinante para o sucesso da fraude, afetando inclusive pessoas em situação de vulnerabilidade. A magistrada classificou a ação como um “projeto criminoso articulado para enganar um grande número de consumidores”.
Atualmente, Nego Di responde em liberdade, graças a um habeas corpus concedido em novembro de 2024, mas está proibido de acessar redes sociais por determinação do STJ. Já Anderson Bonetti segue preso preventivamente e não poderá recorrer em liberdade. A defesa de Bonetti anunciou que irá recorrer da decisão, alegando tratamento desigual entre réus e argumentando que a manutenção da prisão prejudica o processo de ressarcimento às vítimas. A defesa de Nego Di, por sua vez, afirmou que se manifestará em momento oportuno.