Quinta, 19 de Junho de 2025
19°C 21°C
Florianópolis, SC
Publicidade

Nego Di é condenado a 11 anos de prisão por golpes milionários com loja virtual

Justiça gaúcha apontou esquema fraudulento de alto impacto social, com uso da imagem pública de Nego Di para enganar consumidores em situação de vulnerabilidade

Jaime Júnior Soares
Por: Jaime Júnior Soares
11/06/2025 às 14h32
Nego Di é condenado a 11 anos de prisão por golpes milionários com loja virtual
Foto: Divulgação/Redes Sociais

O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por envolvimento em um esquema de estelionato que enganou dezenas de consumidores no Rio Grande do Sul. A sentença, proferida na tarde de terça-feira (10) pela juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal de Canoas, também condenou seu sócio Anderson Bonetti. Ambos foram responsabilizados por crimes cometidos entre março e julho de 2021 por meio da loja virtual “Tadizuera”, que prometia produtos como iPhones, ar-condicionados e TVs a preços abaixo do mercado, sem qualquer intenção de entrega.

Continua após a publicidade

Segundo o processo, a investigação identificou 370 crimes de estelionato, com vítimas em vários municípios gaúchos. A loja “Tadizuera” operava de forma agressiva nas redes sociais, utilizando a credibilidade de Nego Di para atrair consumidores. Entre janeiro e julho de 2022, a conta empresarial movimentou mais de R$ 5 milhões em créditos, que foram imediatamente escoados para múltiplos destinos, dificultando o rastreamento dos valores. Nenhum cliente recebeu os produtos adquiridos, tampouco reembolsos, caracterizando um golpe em larga escala.

Na sentença, a juíza destacou que o caso não se trata de um crime isolado, mas sim de um esquema meticulosamente planejado com “lesividade social altíssima”. O uso da imagem pública de Nego Di, amplamente reconhecido nas redes, foi apontado como fator determinante para o sucesso da fraude, afetando inclusive pessoas em situação de vulnerabilidade. A magistrada classificou a ação como um “projeto criminoso articulado para enganar um grande número de consumidores”.

Continua após a publicidade

Atualmente, Nego Di responde em liberdade, graças a um habeas corpus concedido em novembro de 2024, mas está proibido de acessar redes sociais por determinação do STJ. Já Anderson Bonetti segue preso preventivamente e não poderá recorrer em liberdade. A defesa de Bonetti anunciou que irá recorrer da decisão, alegando tratamento desigual entre réus e argumentando que a manutenção da prisão prejudica o processo de ressarcimento às vítimas. A defesa de Nego Di, por sua vez, afirmou que se manifestará em momento oportuno.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.