A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (17), mais dois suspeitos de participação no esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS. As prisões aconteceram nos municípios sergipanos de Aracaju e Umbaúba, distante cerca de 100 km da capital. Segundo a corporação, os mandados foram cumpridos como parte do avanço das investigações que visam responsabilizar os envolvidos e recuperar valores desviados.
Além das prisões, a operação mobilizou agentes para o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e comerciais nas cidades de Aracaju, Umbaúba e Cristianópolis. A ação resultou na apreensão de R$ 35 mil em dinheiro, R$ 68 mil em cheques e no sequestro de cinco imóveis, avaliados em aproximadamente R$ 12 milhões. Os nomes dos investigados não foram divulgados, pois o caso segue sob segredo de Justiça.
A nova etapa faz parte da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). Na ocasião, a Polícia Federal atuou em 15 estados e no Distrito Federal, com apreensões que ultrapassaram R$ 1 bilhão. A fraude consiste na inclusão indevida de mensalidades associativas nos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização dos mesmos para filiação a sindicatos ou associações.
O impacto do golpe é alarmante: mais de 3,38 milhões de beneficiários procuraram o INSS para verificar descontos suspeitos em seus pagamentos. Segundo levantamento oficial, 97% dessas pessoas negaram ter autorizado qualquer tipo de cobrança. Somente em 2024, o volume de descontos contestados ultrapassou R$ 2,8 bilhões, e nem o próprio INSS consegue determinar quanto foi realmente desviado de forma ilícita.
Diante da gravidade da situação, a CGU recomendou ao INSS a suspensão imediata desses descontos diretos nos benefícios. A justificativa é a fragilidade dos mecanismos de controle, que permitiram a expansão da chamada fraude no INSS. A Polícia Federal reforçou, em nota oficial, que o objetivo principal da operação é recompor os danos aos cofres públicos e responsabilizar os autores do esquema que afetou milhares de aposentados em todo o país.