No universo da língua portuguesa, um erro persistente continua a desafiar mesmo os mais atentos falantes: o uso equivocado do verbo "houveram." Quem nunca se deparou com expressões como "houveram muitas dificuldades a superar" ou "houveram diversas sugestões"?
É um equívoco comum, mas vale a pena descobrir o porquê dessa incorreção e entender as regras de uso apropriado do verbo "haver."
O cerne do problema reside na confusão frequente entre o uso do verbo "haver" no passado simples. A forma correta para esse tempo verbal é "houve," independente do número de elementos relacionados ao verbo. "Houveram" é uma construção gramaticalmente incorreta.
Para compreender o motivo pelo qual "houveram" é incorreto, é fundamental compreender a regra da concordância verbal. Em português, o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito da frase. No entanto, o verbo "haver" é uma exceção, especialmente quando usado no sentido de existir ou ocorrer.
Em ambos os casos, "houve" está no singular, mesmo que se refira a diversos problemas ou manifestações. Isso ocorre porque o verbo "haver" é impessoal nessas situações, ou seja, não possui um sujeito definido.
Caso se deseje usar um verbo no plural para concordar com o sujeito da frase, é possível optar por outras palavras, como "ocorreram" ou "existiram." Por exemplo:
Essas alternativas mantêm a concordância verbal adequada e evitam o uso de "houveram".
O uso inadequado do verbo "houveram" é um erro gramatical que continua a desafiar os falantes da língua portuguesa. Entretanto, compreender a natureza impessoal do verbo "haver" em determinados contextos e seguir as regras fundamentais de concordância verbal pode ajudar a evitar essa imprecisão linguística.
"Houve" é a forma correta no passado simples, independentemente do número de elementos relacionados, enquanto "houveram" deve ser definitivamente descartado. O respeito às normas gramaticais contribui para uma comunicação mais clara e precisa, enriquecendo a língua e aperfeiçoando a comunicação entre os falantes.