A recente eleição de Javier Milei como presidente da Argentina está gerando especulações sobre como sua proposta de mudar a moeda argentina do peso para o dólar pode impactar diretamente a temporada de verão em destinos turísticos brasileiros, especialmente em Florianópolis. O presidente eleito expressou o desejo de eliminar o peso argentino, visando promover o uso interno e externo do dólar como meio de troca. Este movimento, se concretizado, pode ter implicações significativas no cenário econômico e no turismo na região.
A Argentina enfrenta uma das mais altas taxas de inflação do mundo, com dados recentes revelando um aumento de 142% nos preços ano após ano. Milei argumenta que o dólar é uma opção mais estável e forte em comparação com o peso, que pode ser impresso em larga escala, resultando em desvalorização. Essa mudança proposta visa estabilizar a economia argentina e fortalecer sua posição nos mercados internacionais.
Para os residentes e empresários em Florianópolis, a atenção está voltada para a possibilidade de mudanças nas restrições cambiais impostas pelos argentinos. Durante a era em que o dólar era mais acessível para os argentinos nos anos 2000, as praias catarinenses experimentaram um boom no comércio, marcado pelo famoso período do 'dame dos'. Nesse momento, os turistas argentinos desfrutavam de maior poder de compra e realizavam compras expressivas, muitas vezes comprando itens em pares.
No entanto, ao longo dos anos, as autoridades argentinas implementaram medidas restritivas para desencorajar o turismo internacional, incluindo limites nas transações de câmbio para a compra de dólares e a imposição de taxas elevadas para o uso de cartões de crédito no exterior, quase dobrando o valor pago a cada compra.
A possibilidade de uma mudança na política cambial argentina sob a liderança de Milei levanta questões sobre como isso poderia afetar o turismo em Florianópolis. Se as restrições cambiais forem amenizadas, é possível que o turismo argentino aumente novamente, impulsionando a economia local. No entanto, também há preocupações sobre a volatilidade que essa transição pode trazer para os mercados e como as empresas locais podem se adaptar a esse novo cenário.
À medida que aguardamos os desenvolvimentos após a posse de Javier Milei, os empresários e o setor de turismo em Florianópolis estão atentos às possíveis mudanças econômicas e ajustando estratégias para se adaptar a um ambiente em constante evolução. O futuro da temporada de verão na região pode depender significativamente das políticas econômicas adotadas pelo novo governo argentino.