Canasvieiras, considerado um importante bairro turístico de Florianópolis, está enfrentando um desafio crescente nos últimos dias: a presença constante de moradores de rua. O fenômeno, que já é uma preocupação recorrente ao longo do ano, atingiu níveis alarmantes recentemente, deixando os residentes e comerciantes locais apreensivos.
Muitos moradores de rua se estabeleceram nas vias do bairro, dormindo em frente aos estabelecimentos comerciais e abordando pessoas com pedidos constantes de esmola. Essa situação tem gerado constrangimento, não só pela presença, mas pelo tom do pedido quase como exigência. Tudo isso levanta questões sobre como lidar efetivamente com o problema social, que parece resistir, pois só negar a esmola não resolve.
Uma empresária e moradora ouvida detalhou que eles estão em todos os lugares. Citou ainda que a prefeitura tomou medidas no Centro, após a morte de um adolescente numa discussão com morador de rua, mas esqueceu dos bairros.
"São muitos e em todos lugares. O prefeito fez um vídeo falando que não iria permitir virar uma Cracolândia. Tomaram medidas no Centro, mas esqueceram dos bairros. Eles simplesmente, acredito, mudaram de lugar. Inclusive intimidam as pessoas que estão indo ao Imperatriz. Estamos com medo. Falamos várias vezes com resgate social, mas não é a posição que prefeito fala nas redes sociais", diz.
Eles se concentram em diversos pontos da Avenida das Nações, principalmente no período noturno, e na Rua Madre Maria Vilac. Entre os moradores, há uma informação de que boa parte das pessoas que perambulam pelas ruas de Canasvieiras veio do Centro, o que não é oficialmente confirmado. O caso relatado revela algo que já vinha sendo confirmado que Florianópolis enfrenta dificuldades no desenvolvimento de políticas públicas eficazes para lidar com a crescente população de moradores de rua.
A prefeitura precisa agir com mais rigor nesse assunto, sem medo daqueles que gravam ou tentam criminalizar. O que acontece hoje é uma inércia nesse segmento, diferente do que é feito em Chapecó, por exemplo. Lá, o prefeito João Rodrigues, do mesmo partido de Topázio, faz internamentos voluntários. Por lá, o município conseguiu encaminhar muitos para os tratamentos. Por aqui, não tem nenhum tipo de notícia de que ocorra algo nesse sentido.
A falta de progresso na implementação de soluções efetivas ressalta a necessidade premente de ações coordenadas entre as autoridades locais, organizações da sociedade civil e a população em geral. Enquanto o debate sobre os direitos individuais e as intervenções legais persiste, os moradores de Canasvieiras aguardam uma resposta eficaz para aliviar a pressão crescente da presença contínua de moradores de rua em seu bairro.