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Economia 1 milhão de tonelada

Mesmo com os efeitos climáticos, produtores de maçã esperam colher mais de um milhão de toneladas em 2024

Evento em São Joaquim (SC) marcou abertura oficial da safra da fruta no país

24/02/2024 20h11 Atualizada há 8 meses
Por: Jaime Júnior Soares
Foto: Secom/Governo do Estado SC
Foto: Secom/Governo do Estado SC

São Joaquim (SC), reconhecido polo produtor de maçã no Brasil, deu início, oficialmente, à safra nacional 2023/2024 neste sábado (24), em evento realizado no Parque Nacional da Maçã. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) a previsão para a safra brasileira deste ano é de um leve crescimento em relação à anterior, com estimativa de colher mais de 1 milhão de toneladas. Santa Catarina responde por cerca de 85% da produção nacional.

Mesmo com os significativos desafios enfrentados pelos produtores devido às condições climáticas adversas, a expectativa é positiva. O setor de produção de maçãs desempenha um papel vital na economia regional, gerando empregos e renda, combinando práticas agrícolas empresariais e familiares. A pomicultura se destaca pela capacidade de fornecer frutas frescas ao mercado durante todo o ano, graças a avançadas tecnologias de frigorificação, que garantem a sua oferta e preservam as propriedades nutricionais.

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Francisco Schio, presidente da ABPM, destacou a importância do evento em São Joaquim como o início de uma nova temporada de colheita e como parte dos esforços contínuos para o desenvolvimento sustentável e qualidade do setor frutícola. Durante a cerimônia, também foram assinados e entregues, em nome de todas as associações do setor de fruticultura, documento com os pleitos para a governadora de Santa Catarina em exercício, Marilise Boehm, considerados fundamentais para o desenvolvimento sustentável dos produtores. “Precisamos dar condições para que os produtores, em sua maioria da agricultura familiar, possam ser competitivos, pois a maçã é fonte de renda para muitas famílias, parte importante do PIB do País e da manutenção da sucessão familiar no meio rural”, disse Schio. 

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O Brasil, com mais de 33 mil hectares dedicados à cultura da maçã, é o segundo maior produtor do Hemisfério Sul e o 15º no ranking mundial. A variedade Gala representa 60% da produção nacional, com Santa Catarina, especialmente o município de São Joaquim, desempenhando um papel fundamental nessa estatística, concentrando a produção em pequenas propriedades.

Aproximadamente 84% da produção tem origem na Serra Catarinense, onde 2.676 pomicultores cultivam a fruta. Cerca de 78% destes produtores são pequenos agricultores familiares, sendo uma cultura com forte e positivo impacto econômico e social, capaz de promover desenvolvimento regional e da qualidade de vida no meio rural, oportunizando, inclusive, a permanência da juventude no campo. Além de sua importância econômica, as maçãs brasileiras são reconhecidas por sua qualidade no mercado interno, onde a maioria das frutas consumidas são produzidas nacionalmente, e pelos seus benefícios nutricionais, que contribuem para a prevenção de doenças crônicas.

Preocupação com retirada de incentivos

A retirada dos incentivos fiscais de 64 setores da economia do Rio Grande do Sul tem gerado preocupações nas cadeias produtivas gaúchas, especialmente no setor agropecuário. Francisco Schio alertou para o impacto negativo que essa medida terá sobre a competitividade do setor de maçãs, enfatizando que o estado representa metade da produção nacional da fruta. 

O aumento previsto no ICMS pode chegar a 17%, o que pode resultar em prejuízos para os produtores, afetar a economia estadual, desestimular investimentos e a geração de empregos, contribuindo para o empobrecimento da arrecadação local e enfraquecendo o setor produtivo. “A decisão do governo estadual ameaça a competitividade do setor, podendo levar à migração de produtores e empresas para outros estados que mantenham incentivos fiscais mais favoráveis”, disse o presidente.

Além das preocupações com a produção, representantes da ABPM se reuniram com o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em Brasília, para discutir demandas do setor. O secretário executivo adjunto do MAPA, Cléber Soares, esteve presente no evento e também recebeu reforço dos pedidos. Entre os pleitos estão subsídios para seguros contra danos climáticos, inclusão da maçã na cesta básica e implementação da inspeção na origem.

A Reforma Tributária aprovada na Câmara prevê a criação de uma cesta básica nacional com alíquota zero. A decisão sobre a inclusão da maçã na cesta é crucial para manter a acessibilidade do produto à população, incentivando o consumo de uma fruta nutritiva e saudável. O setor aguarda medidas que garantam a estabilidade e o desenvolvimento sustentável da produção de maçãs no Brasil.

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