Cuidar da saúde, para viver com mais qualidade de vida, deve ser uma prioridade. Isso envolve hábitos saudáveis, optar por uma alimentação equilibrada e realizar consultas regulares com o médico especialista, no caso o coloproctologista. Porém, com a rotina agitada pelo excesso de compromissos, o descuido com a saúde e a desinformação, muitas vezes, a prevenção é deixada de lado.
Sabendo que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura das doenças são maiores, a realização de exames e a ida ao médico deveria ser parte da rotina e não apenas quando houver sinais visíveis. Afinal, muitas doenças são silenciosas. Exemplo disso, é o câncer intestinal (colorretal), o terceiro mais comum no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para o triênio 2023/2025 é de 45.630 novos casos por ano. Tanto mulheres quanto homens têm praticamente a mesma incidência da doença.
O médico coloproctologista e coordenador do Serviço de Endoscopia da Unimed Chapecó, Dr. Luis Carlos Farret Júnior, enaltece que o câncer de intestino tem prevenção, pois se origina de uma lesão benigna, que são os pólipos adenomatosos. “Quando encontramos o tumor em fase inicial aumenta-se muito as chances de cura dos pacientes e se reduzem, desta maneira, as taxas de mortalidade e morbidade da doença. O tumor colorretal tem um crescimento lento e assintomático, causando poucos sinais e sintomas. É de comportamento pouco agressivo, contudo, como não causa sintomas numa fase inicial, favorece o diagnóstico tardio, e consequentemente um mau prognóstico, com taxas de mortalidade de até 50%”.
FATORES DE RISCO
O médico explica que as pessoas que correm risco de desenvolver o câncer de intestino são aquelas com histórico pessoal ou familiar de pólipos, câncer intestinal ou ginecológico (mama, ovário e útero). A dieta pobre em fibras, rica em gordura, carne, açúcares e com grande quantidade de conservantes e aditivos químicos; sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e obesidade são fatores de risco que contribuem de forma muito significativa, sendo as causas de 75% dos cânceres colorretais.
De acordo com o coloproctologia o rastreamento da doença deve ser realizado em pessoas a partir dos 45 anos, mesmo que sem nenhum tipo de sintoma. Nas pessoas que tem fatores de risco familiar (história familiar) de pólipos ou câncer deve-se fazer a partir dos 40 anos mesmo que assintomáticos. Quando tem algum tipo de sintoma (sinais de alerta) em paciente com risco familiar, não há uma idade definida para iniciar o rastreamento.
Os sintomas de alerta mais comuns, segundo o especialista, são: sangramento anal de qualquer aspecto; alteração no formato das fezes; mudanças recentes do hábito intestinal como diarreia e constipação; sensação de evacuação incompleta; cansaço ou fadiga inexplicável; dores abdominais e perda do apetite e diminuição abrupta de peso. “É importante salientar que a videocolonoscopia preventiva deve ser feita nos pacientes com 45 anos ou mais sem nenhum tipo de sintoma prévio ou fator de risco”, reforça o especialista.
DIAGNÓSTICO
Os principais exames usados no rastreamento do câncer colorretal são o teste de sangue oculto nas fezes (técnica imunoquímica), a retossigmoidoscopia e a videocolonoscopia. De acordo com o Dr. Farret a videocolonoscopia é considerada o padrão ouro na detecção dos pólipos e do câncer minimamente invasivo, ou seja, “é o melhor meio de detecção precoce do câncer colorretal, pois permite visualizar toda a mucosa do intestino grosso, detectar lesões e no mesmo momento tratar os pólipos e tumores em estágios bem iniciais com índice de cura de 90% a 100%”.
O Serviço de Endoscopia da Unimed Chapecó foi fundado em 2007, é composto de vários especialistas, entre eles os gastroenterologistas, cirurgiões do aparelho digestivo e coloproctologistas. “O nosso serviço de endoscopia é um setor bastante atualizado do ponto de vista técnico-científico. Todos os médicos possuem título de especialista em endoscopia. Os exames são feitos na presença do anestesista, o que traz conforto e segurança para os pacientes. Temos um fluxo organizado que segue critérios estabelecidos, além de seguirmos protocolos rígidos de segurança e qualidade. Realizamos todos os procedimentos endoscópicos e estamos capacitados tanto para os procedimentos diagnósticos quanto terapêuticos”, reforça o coordenador.
PREVENÇÃO
O Dr. Farret explica que, quando se fala em prevenção, refere-se à prevenção primária e secundária. A primária é a que se vale de uma alimentação saudável, balanceada e hábitos de vida adequados. “Esse tipo de prevenção deve iniciar quando ainda somos jovens, para tentarmos evitar a formação dos pólipos que são as lesões precursoras do câncer intestinal”, explica o Dr. Farret. A prevenção secundária é aquela que deseja encontrar, através da videocolonoscopia, as lesões precursoras do câncer, no caso dos pólipos adenomatosos.
O coloproctologista ressalta que a prevenção pode ser organizada ou oportunística. Segundo ele, a prevenção organizada é aquela aplicada pelo sistema governamental nos serviços de saúde pública, “o que ainda não é realizada no Brasil. Enquanto que a prevenção oportunística é a mais utilizada no mundo, pois é quando os médicos e outros profissionais que conhecem sobre o protocolo de prevenção e têm a oportunidade de passar adiante as informações sobre a prevenção do câncer intestinal. Isso ajuda a diminuir a incidência do câncer colorretal”.
Entre as medidas para prevenir o câncer de intestino, o médico destaca o consumo diário de fibras de 25g a 30g, que ajudam a regularizar o trânsito intestinal e promover a evacuação com fezes de tamanho e consistência normal; consumir moderadamente bebidas alcoólicas; controlar o peso; evitar o tabagismo e se alimentar com comidas orgânicas, sem conservantes, corantes e adoçantes.
“Os exercícios físicos regulares ajudam e muito a evitar a doença. Nunca esqueça que se sentir algum dos sintomas de alerta citados, procure seu médico e faça os exames de prevenção. Paciente com 45 anos ou mais devem ser submetidos a videocolonoscopia, mesmo sem ter nenhum tipo de sintoma. Quando o câncer intestinal é detectado no início, as chances de cura são de 90% a 100%”, finaliza o coloproctologista Dr. Farret.